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sexta-feira, 3 de novembro de 2017

HINO DA UMBANDA

Saravá Irmãos 🙏
Trazemos hoje um pouco da história do autor do Hino da Umbanda e seu autor JOSÉ MANOEL ALVES
Por: Diamantino Trindade
"No primeiro volume do livro História da Umbanda no Brasil, escrevi sobre os aspectos históricos do Hino da Umbanda e sobre o autor de sua letra: João Manoel Alves.
Alguns registros, não comprovados, da época diziam que ele em busca da cura, para sua cegueira, foi procurar a ajuda do Caboclo das Sete Encruzilhadas. Não conseguindo a cura, por ser o seu problema de origem cármica, escreveu a letra do Hino da Umbanda para mostrar que poderia ver, a partir do seu contato com a Umbanda, o mundo e a religião de outra maneira. Até hoje ninguém comprovou esta história e, também as fotos que temos dele não mostram que ele era cego. Havendo a comprovação dessa história, faremos as devidas correções históricas."
👨Sobre o autor e sua trajetória:
José Manoel Alves, compositor e instrumentista nasceu em Tangil, Freguesia do Concelho de Monção situada no Minho, no norte de Portugal. Dos 12 aos 22 anos tocou clarineta na Banda Tangilense, em sua terra natal. Em 1929, veio para o Brasil, indo residir no interior do Estado de São Paulo. No mesmo ano, mudou-se para a capital paulista, ingressando na Banda da Força Pública, em que ocupou vários postos, aposentando-se como capitão. Foi autor de diversas músicas populares e pontos de Umbanda. O seu maior sucesso, em parceria com Mário Zan, foi o dobrado Quarto Centenário.
🎶A maravilhosa letra do Hino da Umbanda, escrita por José Manoel Alves, foi musicada por Dalmo da Trindade Reis, maestro tenente do Grande Conjunto da Policia Militar do Rio de Janeiro.
No Segundo Congresso Nacional de Umbanda, em 1961 no Rio de Janeiro, a música foi oficialmente reconhecida como o Hino da Umbanda. Originalmente tinha como título: “Refletiu a Luz Divina”, sendo cantada nos Terreiros como um ponto comum.
Sua primeira composição gravada foi "Olha a alva", por Januário Pescuma e Arnaldo Pescuma com acompanhamento do Grupo X na RCA Victor.. Em 1945, Osni Silva gravou na Continental, com acompanhamento da Banda da Força Pública de São Paulo, a marcha "Pela Pátria", composta em parceria com Antônio Romeu. Citamos outras de suas composições: em 1957, realizou sua única gravação, acompanhado de sua Banda: gravou pela RCA Victor, de sua autoria, os dobrados "Craveiro Lopes" e "Domingo em festa". No mesmo ano, Zaccarias e sua Orquestra gravaram dele e Mário Zan o dobrado "Quarto Centenário", seu maior sucesso.
Ao longo de sua carreira, compôs diversos pontos de Umbanda e pontos de terreiro, gravados por diversos intérpretes. Em 1961, Otávio de Barros gravou o ponto de terreiro "Saravá Banda". Em 1962, a cantora Maria do Carmo gravou a curimba de Umbanda "Prece a Mamãe Oxum". Outras melodias umbandistas foram compostas por ele: “Saravá Oxóssi”; “Saudação aos Orixás”; “Xangô rolou a pedra” e “Xangô, rei da pedreira”.
🗞️Dirce Alves, na sua coluna Umbanda e Candomblé, publicada no Diário do Paraná, escreveu duas vezes sobre ele e sobre o Hino da Umbanda. Na primeira matéria, Dirce Alves ainda não conhecia a autoria do Hino.
HINO DA UMBANDA
Diário do Paraná, n. 5038, 25 de abril de 1972
O Hino da Umbanda, executado domingo pela primeira vez por uma banda de música, por ocasião do encerramento do 1o. Congresso de Umbanda do Paraná, não tem autor conhecido. Antigo, o maestro da Banda da PMEP, capitão Acyr Tedeschi teve que se valer, para o arranjo, de um antigo disco 78 rotações.
Embora sua melodia seja conhecida por quase todos os que frequentam os trabalhos de terreiro do Brasil, a execução desse Hino por uma banda de música, não deixou de sensibilizar os quase cinco mil presentes ao Ginásio de Desportos do Tarumã, que aplaudiram a execução, de pé, enquanto cantavam a letra.
O Hino da Umbanda, composto de quatro estrofes com quatro versos cada, é uma composição poética denominada de Redondilha Maior (sete pés poéticos).
Por: Dirce Alves
📝HINO DA UMBANDA
Diário do Paraná, n. 7027, 24 de outubro de 1978
Poucas pessoas sabem quem é José Manoel Alves. É compositor, clarinetista e já fez muita música. Está com 67 anos e começou a compor em 1938, quando lançou a marcha carnavalesca "Olha a Alva". De lá até 1978 já se passaram 40 anos e 100 músicas populares foram gravadas.
Mas o grande sucesso de José Manoel Alves foi em 1954 quando gravou o Hino do IV Centenário de São Paulo, em parceria com Mario Zan, que vendeu dois milhões de discos. Em 1962 o segundo sucesso foi o Hino da Umbanda para o Segundo Congresso Nacional de Umbanda. Com o cantor Araripe Barbosa e a orquestra de Hélcio Alvares e o Coral de Eloá. José Manoel Alves lançava, em 1962, o hino que hoje é cantado por milhões de umbandistas em todo o Brasil.
Por: Dirce Alves
📸Nas fotos a seguir não é possível garantir que José Manoel Alves era cego. Podia no máximo ter alguma deficiência visual. A primeira foto foi registrada no Primado Do Brasil Apresentamos também a partitura do Hino escrita pelo Maestro Dalmo da Trindade Reis, em 1984.
Vejamos alguns dados colhidos no site http://www.dicionariompb.com.br

Agradecemos a colaboração do irmão João Dias




LANÇAMENTO DA OBRA RETRATOS E REGISTROS HISTÓRICOS DA UMBANDA

A Editora Bagaço e a Casa de Cultura Umbanda do Brasil trazem aos leitores esta obra de resgate da História da Umbanda. O autor Diamantino Fernandes Trindade apresenta matérias jornalísticas, artigos, entrevistas e imagens ainda desconhecidos dos adeptos e simpatizantes da religião. Reportagens dos periódicos Diário da Noite, Revista da Semana, Correio Paulistano, O Cruzeiro, Luta Democrática, O Semanário, Ultima Hora, Correio da Manhã, Alterosa, Diário de Notícias, O Dia e Notícias Populares mostram os diversos aspectos das práticas umbandistas e das macumbas, além das perseguições policiais e da Igreja Católica contra os cultos afro-brasileiros. Destaque especial para a publicação da Gazeta de São João sobre o falecimento de W. W. da Matta e Silva, Grão Mestre da Raiz de Guiné. Cristiam Siqueira e Adão Lamenza trazem valiosas colaborações sobre o trabalho de Seu Sete da Lira. Uma rica Galeria de Imagens finaliza a obra.

Esta obra é um convite para mergulhar no mundo histórico da Umbanda, penetrando nos meandros das matérias jornalísticas que relatam o cotidiano dos terreiros e organizações federativas umbandistas desde as primeiras décadas do século XX até os dias de hoje. As diversas faces da Senhora da Luz Velada são reveladas pela imprensa do Rio de Janeiro, São Paulo e outros Estados brasileiros. São mostrados aspectos externos dos diversos ritos que compõem o universo desta religião praticada por milhares de templos pelo Brasil afora e por milhões de adeptos. É possível entender como as perseguições policiais afetaram e fortaleceram a Umbanda ao longo de mais de cem anos e, ao mesmo tempo, valorizar a liberdade de culto atual, mesmo com a intolerância religiosa que ainda vigora nos dias de hoje. Há diversas maneiras de escrever a história. Uma delas ocorre com os recursos da pesquisa primária por meio de documentos originais e imagens. Esta que apesentamos aos leitores, ansiosos por conhecimento, mostra a faceta jornalística com a reprodução na íntegra das matérias do cotidiano dos periódicos nacionais. Para quem se interessa pela Umbanda, aqui esta uma obra de inestimável valor, que dá prosseguimento ao resgate de sua história. Organizada pelo pesquisador Diamantino Fernandes Trindade, destina 218 páginas àqueles que questionam: de onde vem e para aonde vai a Umbanda? Não perca esta oportunidade. Permita-se conhecer algo que só é possível com anos de leitura e pesquisa.