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quinta-feira, 27 de maio de 2021

VODU, VOODOO E HOODOO - O IMPÉRIO DE MARIE LAVEAU

 LANÇAMENTO

SINOPSE: Se ao ouvir falar de Vodu a imagem que lhe vem a mente é de bonecos espetados com agulhas, zumbis vagando pela noite e magias maléficas e sinistras, chegou a hora de conhecer a verdade! Com origem nas ilhas da América Central, esta religião de matriz africana ganhou o mundo e as telas de cinema na figura de uma das mais célebres sacerdotisas dos EUA: Marie Laveau, a Voodoo Queen. Envolta em mistérios, ao som dos tambores africanos e cantigas em idiomas desconhecidos, a magia caribenha agora se apresenta ao público do Brasil através das pesquisas de um dos mais renomados autores umbandistas, Diamantino Fernandes Trindade, ao lado de um legítimo Hougan (nome dado aos sacerdotes de Vodu!), Sebastién de la Croix. 

 www.arolecultural.com.br




AKAYALA - UMA SACERDOTISA ATLANTE RESGATANDO O SAGRADO FEMININO NO TERREIRO DE UMBANDA


 Lançamento da EDITORA DO CONHECIMENTO

http://edconhecimento.com.br 

SINOPSE: Esta obra de Diamantino Fernandes Trindade, que nos remete a um passado longínquo, é permeada em vários momentos por aspectos mediúnicos, em que alguns amigos do plano espiritual nos presenteiam com belíssimos relatos, mensagens e elucidações de cunho espiritual. Mas não se detém apenas a lembranças de vidas passadas, indo muito mais além porque foi escrita sob o prisma do feminino sagrado, ou melhor, do escrutínio das leis da vida sob a ótica da mulher, tão esquecida nos últimos séculos e agora relembrada e reavivada cada vez mais nos albores do século vinte e um.
Além de uma leitura muito prazerosa, Akayala elucida dúvidas que muitos têm sobre a espiritualidade, sem devaneios ou proselitismo de quaisquer espécies, além de evidenciar a importância do resgate do Sagrado Feminino, principalmente nas casas espíritas ou espiritualistas. A partir de vivências no continente perdido de Atlantis, o autor buscou mostrar a evolução e as tarefas espirituais ao longo dos tempos, até os dias atuais, dos sacerdotes e sacerdotisas, personagens da obra, oriundos da pátria sideral de Órion, os quais assumiram o compromisso de auxiliar no crescimento e evolução da humanidade terrestre.
Prepare-se o leitor para deitar os olhos em terras hoje esquecidas, aspirar o aroma de perfumes exóticos, ouvir melodias distantes bem como línguas extintas, e então alcançar uma nova visão, renovada, mais madura e serena sobre a mulher e toda a sua força e vigor.



quarta-feira, 7 de abril de 2021

NOTA DE ESCLARECIMENTO

 Saravá a todos

🙏
Primeiramente esperamos que todos estejam bem!
No último Sábado, dia 3 de Abril de 2021 o Templo Cristão Umbanda do Brasil
foi atacado em um grupo de Umbandistas no Facebook. Dentre as graves acusações fomos chamados de racistas, intolerantes e de fazer uso de droga ilícita antes das giras e etc.
As acusações foram feitas por meio de prints copiados de uma postagem feita na página pessoal do Pai Diamantino Trindade onde ele postou uma fotografia do espaço reservado em homenagem a Mãe Kuan Yin que temos no Templo, e compartilhada indevidamente e sem permissão, neste grupo, a fim de difamar, deturpar e ofender tanto o Templo como Pai Diamantino Trindade, assim como sua corrente mediúnica e todos aqueles que frequentam o Templo.
Acreditamos na liberdade religiosa e que cada um é livre para manifestar a sua fé da forma que lhe mais lhe agrade.
Todos que frequentam nossa Casa sabem que inclusive o Templo cede seu espaço físico para receber irmãos de outros segmentos religiosos para que assim possamos conhecer, entender, e principalmente respeitar a sua fé, crença ou filosofia religiosa, sem que haja mistura de ritos ou cultos.
É lamentável em que no momento presente onde a humanidade, e principalmente o Brasil, está passando por conta da Covid-19, existem situações como essa.
Com mais de um ano com o Templo fechado devido a pandemia, a nossa preocupação é nos mantermos firmes, saudáveis e principalmente, manter nosso trabalho social mensal arrecadando e doando Cestas básicas para aqueles que necessitam.
Que Oxalá abençoe a todos e desperte em todos os corações o amor e bondade.
Axé!

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

AS ORIGENS DA UMBANDA: O SEU MITO DE FUNDAÇÃO E O SEU PROCESSO DE EMBRANQUECIMENTO

 Diamantino Fernandes Trindade e Lareserá

Ante o intenso debate sobre as origens da Umbanda, no qual se tornou um lugar comum denominar o relato de Zélio de Moraes como “mito de fundação”, reflexo de uma estratégia deliberada para embranquece-la e dela extirpar o seu veio africano, os autores deste texto, que antes já haviam publicado material acadêmico a respeito, optaram por redigi-lo no formato de perguntas e respostas, a fim de facilitar o acompanhamento das suas conclusões.

 

Ao tecerem as conclusões abaixo, seus autores buscaram basear-se em fatos, esforçando-se em se despir de qualquer inclinação ideológica.

 

P: O que é o mito de fundação da Umbanda?

R: Para algumas correntes acadêmicas, o conhecido relato de Zélio de Moraes a respeito do advento do Caboclo das Sete Encruzilhadas e da formação da Umbanda é tão somente um mito, como tantos outros encontrados nas origens das mais diferentes manifestações religiosas, voltado a, deliberadamente, “embranquecer” a Umbanda, de forma a, extirpando-lhe o elemento africano, torná-la uma religião mais palatável à classe média carioca, branca e burguesa da primeira metade do século XX.

 

P: Entendem adequada essa alcunha de mito de fundação ao relato de Zélio de Moraes?

R: Será adequada se e somente se as pesquisas acadêmicas chegarem à conclusão de que, antes de Zélio de Moraes, havia um culto organizado nos exatos moldes por ele preconizados e denominado Umbanda.

 

P: Mas a palavra Umbanda não existia muito antes desse relato atribuído a Zélio de Moraes?

R: Sim, não há dúvida. A palavra “umbanda” é muito antiga, sendo originária do quimbundo e significando, em linhas gerais, “arte de cura”.

 

P: E já não havia, antes de Zélio de Moraes, manifestações mediúnicas de africanos, indígenas e de entidades denominadas Exus?

R: Sim, certamente. Há inúmeros cultos anteriores ao relato de Zélio de Moraes que continham todos esses elementos como, por exemplo, a Cabula e a Macumba.

 

P: Não havia, também, nesses cultos, elementos idênticos aos da religião umbandista, como o uso de pemba, pólvora, tabaco, álcool, cânticos acompanhados ou não de instrumentos de percussão, defumação, velas etc.?

S: Sim, isso é fato.

 

P: Se é assim, pode-se concluir que a Umbanda é anterior a Zélio de Moraes?

R: Os elementos próprios do culto são sim anteriores ao relato de Zélio de Moraes, mas disso não decorre que a Umbanda, enquanto movimento religioso estruturado a partir desses elementos, seja mais antiga do que esse registro histórico de caráter oral.

 

P: Poderiam explicar melhor?

R: Certamente. Não há registros históricos, ao menos por enquanto, anteriores a Zélio de Moraes que atestem a existência de um movimento religioso assim estruturado, com elementos doutrinários e práticos desse modo definidos, sob a denominação Umbanda. Em outras palavras, não há fontes que atestem a existência de um culto denominado Umbanda, que seja formado da fusão de elementos sabidamente mais antigos como o transe mediúnico de africanos, indígenas e exus, o uso do tabaco e do álcool, de pemba e de pólvora, de cânticos e instrumentos de percussão, antes do relato de Zélio de Moraes. Dizendo ainda de outro modo, tudo isso existia antes de Zélio de Moraes, inclusive a palavra umbanda, mas não sob a forma de um culto organizado e assim denominado.

 

P: E quanto à denominação desse culto? É verdade que Zélio de Moraes, inicialmente, chamou-o de outros nomes, como Alabanda?

R: Sim, é verdade. Posteriormente, Zélio de Moraes optou por se valer da já existente e conhecida palavra Umbanda para denominar o culto por ele criado a partir de elementos ritualísticos também preexistentes.

 

P: Diante disso tudo, não seria mais correto considerar-se o relato de Zélio de Moraes um autêntico mito religioso de fundação?

R: Se as pesquisas acadêmicas vierem a comprovar a inexatidão desse relato, seremos os primeiros a anunciá-las em nossos estudos sobre o tema. Enquanto isso, na falta de qualquer outra fonte histórica, tomamos como verdade científica relativa (verdade relativa de ponta) o relato desse homem que, repita-se, amalgamou elementos doutrinários e ritualísticos preexistentes sob um nome também preexistente.

 

P: Zélio de Moraes, portanto, não foi o criador desses elementos presentes no culto umbandista?

R: Não foi. Zélio de Moraes não foi o primeiro a incorporar entidades espirituais do panteão afro-brasileiro, tampouco foi o pioneiro no uso litúrgico de velas, tabaco, álcool, pemba, ponteiros, pólvora, cânticos etc. Tampouco Zélio de Moraes cunhou a palavra Umbanda. Repita-se: Zélio de Moraes tomou todos esses elementos e, com base neles, estruturou um culto ao qual, ao final, denominou Umbanda.

 

P: Ainda assim, é inegável que Zélio de Moraes não incluiu, no seu culto religioso, diversos elementos da macumba carioca, que era um de seus referenciais. Concordam com essa afirmação?

R: Sim. Zélio de Moraes deixou de fora do culto por ele criado elementos por ele considerados inadequados.

 

P: Por que inadequados?

R: Sempre se abstraindo as afirmações baseadas em revelação mediúnica, já que aqui se pretende fazer uma análise meramente factual e acadêmica do ocorrido, é importante lembrar que a família de Zélio de Moraes era católica e que o substrato em que construído o culto umbandista era espírita (kardecista).

 

P: Então, vocês estão de acordo com a afirmação de que Zélio de Moraes “kardequizou” a Umbanda?

R: Não exatamente. Zélio de Moraes não “kardequizou” o culto umbandista porque, em suas origens, ele já nasceu “kardequizado”. É possível gostar ou não dessa influência “kardecista” na Umbanda, mas se críticas podem ser feitas nesse sentido, elas devem dirigir-se à própria Umbanda, que já nasceu assim.

 

P: Contudo, há vários segmentos ou vertentes umbandistas que não trazem essa influência “kardecista”, certo?

R: Correto. O que houve, nesse caso, foi uma popularização do nome Umbanda na primeira metade do século XX, vez que vários locais em que se praticava a Macumba, o assim chamado “baixo espiritismo” e outros cultos inseridos no cenário da religiosidade afro-brasileira passaram a definir-se como umbandistas.

 

P: Por que isso ocorreu?

R: Pelo fato de a Umbanda ter-se tornado mais e mais respeitada pela classe média branca, de sorte que, enquanto a Umbanda passou a ser menos perseguida pela sociedade e pelas autoridades públicas, esses outros cultos continuaram a ser fortemente discriminados. Diante disso, por uma questão de sobrevivência, vários líderes desses outros cultos optaram por se identificarem como umbandistas.

 

P: O que vocês acabam de afirmar é uma prova muito concreta de que a Umbanda passou por um processo de embranquecimento e de aburguesamento...

R: Na verdade, não. A Umbanda já nasceu desse modo, fortemente influenciada pelo espiritismo francês e despida de práticas consideradas violentas ou inaceitáveis, mas ainda então presentes em outros cultos, como a Macumba.

 

P: Mas Zélio de Moraes não passou a denominar o seu segmento, a partir de um determinado momento, de “Linha Branca de Umbanda e Demanda”?

R: Sim.

 

P: E não está aí a prova da estratégia de embranquecer a Umbanda?

R: Não. A referência à “Linha Branca”, nessa época, dizia respeito à dicotomia entre magia branca e magia negra, isto é, entre magia para propósitos benéficos e maléficos respectivamente. Ainda que esses termos hoje sejam inadequados e não mereçam mais ser usados, pois podem perpetuar ideias racistas, a noção de magia negra no início do século XX não dizia respeito, necessariamente, à magia africana, mas à magia maligna, fruto do pensamento de ocultistas franceses então muito em voga, como Eliphas Levi. Esses ocultistas, acrescente-se, não cogitavam de magia africana em suas obras, até porque desconheciam o tema, mas, valendo-se de antiga nomenclatura europeia, chamavam a magia benéfica de magia branca e a magia maléfica de magia negra.

 

P: Mas que dizer, então, da denominação “Umbanda Pura” utilizada por seguidores de Zélio de Moraes?

R: Essa expressão não se originou no meio religioso mais diretamente vinculado a Zélio de Moraes, mas foi utilizada pela pesquisadora norte-americana Diana Brown em conhecida tese acadêmica sobre a Umbanda, cujos erros epistemológicos já tivemos a oportunidade de evidenciar. Se essa expressão foi porventura utilizada por umbandistas ligados a Zélio de Moraes, então certamente o terá sido para diferenciar o culto “original” de algumas vertentes que já se faziam presentes no Brasil à época em que essa pesquisadora realizou seus estudos. Melhor dizendo, nunca houve uma “Umbanda Pura” de Zélio de Moraes no sentido de “purificação” ou “embranquecimento” de uma Umbanda preexistente e de contornos mais africanos.

 

P: Vocês negam, então, que há racismo no seio do movimento umbandista?

R: De modo algum. Lamentavelmente, o racismo existe e precisa ser duramente combatido.

 

P: Poderiam discorrer mais a esse respeito?

R: Desde o princípio, surgiram lideranças umbandistas que tentaram retirar o elemento africano do culto umbandista. Não é preciso dizer que a motivação dessas lideranças era racista e merece ser combatida.

 

P: A visão de vocês, portanto, é a de que Zélio de Moraes jamais pretendeu embranquecer a Umbanda?

R: A Umbanda não nasceu africana, mas sim mestiça. Ela sempre foi uma amálgama de tradições africanas, indígenas e europeias (Catolicismo e Espiritismo). Pretender extirpar qualquer um desses veios originais traduziria o equívoco de se querer “embranquecer” ou “africanizar” a Umbanda. A Umbanda é, a um só tempo, africana, europeia e indígena. Em sendo assim, o trabalho de Zélio de Moraes foi a constituição de um culto religioso sincrético, não puramente branco, negro ou indígena.

 

P: Vocês não responderam inteiramente a pergunta formulada...

R: Indo direto ao ponto. Ainda que polêmico, se se quiser criticar Zélio de Moraes, a crítica deveria se voltar ao fato de a religião por ele criada ter embranquecido e aburguesado a macumba carioca, tese respeitável defendida, entre outros, por Renato Ortiz. Assim, aqueles que acusam Zélio de Moraes de ter embranquecido a Umbanda, na verdade, seguindo uma linha academicamente mais coerente, deveriam criticar a própria Umbanda como movimento religioso embranquecedor da Macumba.

 

P: Poderiam ser mais claros?

R: Sob um ponto de vista sociológico e antropológico, a Umbanda pode ser vista como “a morte branca do feiticeiro negro”, título impactante da relevante obra de Renato Ortiz. Não foi Zélio de Moraes, assim, que embranqueceu a Umbanda, mas, talvez tenha sido ele o primeiro a embranquecer a Macumba.

 

P: Zélio de Moraes, portanto, era racista?

R: Não nos parece que tenha sido. Além de ser essencial se analisar o pensamento de qualquer ser humano à luz do momento histórico e do ambiente cultural em que viveu, o pensamento de Zélio de Moraes inclinava-se muito mais a um viés nacionalista, brasileiro, de sorte a dar vazão a uma religiosidade mestiça como mestiço é o povo brasileiro, fruto da amálgama de três povos: o europeu, o africano e o indígena.

 

P: Mas há quem possa considerá-lo racista...

R: Sem dúvida. Sob um ponto de vista acadêmico, contudo, o que se quer frisar, aqui, é que não houve um processo de embranquecimento da Umbanda, visto que ela já nasceu sincrética. O que se pode discutir com proveito, isso sim, é se a Umbanda foi um processo de embranquecimento da Macumba e de outros cultos afro-brasileiros mais antigos.

 

P: Ao se recusarem a aceitar que o relato de Zélio de Moraes é um mito de fundação, vocês também atestam que a Umbanda nasceu em 15 de novembro de 1908?

R: Ainda não há dados históricos incontestes sobre a data exata do início dos trabalhos de Zélio de Moraes. Não se sabe ao certo se o relato por ele narrado realmente ocorreu em meados de novembro de 1908. Contudo, não é também exata a afirmação, encontrada nas teses de alguns acadêmicos, notadamente de Diana Brown, de que os trabalhos de Zélio de Moraes teriam se iniciado apenas nas décadas de 20 ou 30. Afinal, os artigos de Leal de Souza, posteriormente reunidos em livros (“No mundo dos espíritos” e “O Espiritismo, a Magia e as Sete Linhas de Umbanda”) dão prova de que os trabalhos espirituais de Zélio de Moraes iniciaram-se muito antes disso.

 



terça-feira, 11 de agosto de 2020

LANÇAMENTO

 EDIÇÃO COMEMORATIVA DE 30 ANOS DA OBRA UMBANDA E SUA HISTÓRIA.


Por que relançar esta obra trinta anos depois?

Os fiéis leitores e leitoras, que nos acompanham há tanto tempo, tem a oportunidade de saber como eu pensava, como eu escrevia naquela época, onde não tínhamos computador, não havia internet, onde a pesquisa na Biblioteca Nacional era algo muito difícil e não tínhamos as preciosas colaborações de irmãos que se engajaram neste projeto. Além disso, este livro é o marco inicial do resgate da memória da nossa religião, praticada e seguida por milhões de brasileiros.

 

Sinopse: Esta magnífica obra nos leva a uma viagem no tempo. Devassa solenemente o passado e se aprofunda nas raízes primevas do surgimento da humanidade planetária, e, dentro dela, da magistral e Divina revelação – a Umbanda.

Como o leitor verá, Diamantino Fernandes Trindade nos faz parecer que estamos vivenciando e penetrando em épocas imemoriais, isto é, há mais de milhão de anos.

Sim, nossa tão desconhecida, deturpada e vilipendiada Umbanda é a vetusta e sublime “Senhora da Luz Velada”, a qual o autor muito sutilmente procura, na paz e na ordem, retirar-lhe os véus.

Veremos no transcurso da leitura amena e agradável deste valioso livro que a Umbanda é realmente a Religião-Primeva, o Conhecimento- Uno. Mais que isso, as próprias leis divinas aplicadas ao “homem planetário”. Sentiremos nosso espírito envolto na Luz que a Umbanda nos envia através de seus diletos Mentores Espirituais; estes ainda tão mal compreendidos – caboclos (seres espirituais da Raça Vermelha); pretos velhos (seres espirituais das Raças Vermelha e Negra) e crianças (seres espirituais das Raças Vermelha, Negra, Amarela e Branca).

O leitor concluirá como esse possante Conhecimento Cósmico foi deturpado, e mesmo esquecido, no seio das várias civilizações. Também entenderá com clareza como no Brasil, há mais de quatro séculos, o Mundo Espiritual, através de sábios e abnegados Mestres Planetários, vem tentando através do Movimento Umbandista restaurar a Umbanda – a Perdida Síntese Cósmica.

É isto que se apresenta aqui em minúcias e pormenores jamais escritos, portanto inéditos.

Ao adquirir esta obra, o leitor estará de posse de um livro-luz, que poderá iluminá-lo e orientá-lo na senda do conhecimento e do autoaperfeiçoamento, através da “Senhora da Luz Velada”.


quinta-feira, 23 de julho de 2020

UMA LENDA? OU UMA HISTÓRIA DA ORIGEM DA UMBANDA?




Durante a luta da independência, na Bahia, criaram-se batalhões de milícias compostas de crioulos, sob a denominação “Legião dos Henriques”, em homenagem aos grandes feitos de armas contra os holandeses em Pernambuco, praticados pelo valente cabo de guerra Henrique Dias (Negro).
A essa legião foram incorporados alguns batalhões compostos de africanos, sendo o comandante de um deles o tenente-coronel João Batista Faria, africano falecido na cidade de Cachoeira, onde exercia o cargo de procurador do foro. Este oficial fez parte da Companhia de Veteranos que deu guarda de Honra a S. M. Dom Pedro II, por ocasião de visita a esta província em 1859.
Esse africano já trazia a seita religiosa de sua terra natal. Aqui era obrigado por lei a adotar a religião católica.
Habituado naquela e obrigado por esta ficou com a duas crenças.
Conta-se que esse coronel João Batista frequentava o candomblé da Ladeira de Santa Tereza de Domingos Africano.
Numa dessas reuniões o candomblé foi cercado pela polícia e ocorreu grande pancadaria e correrias, ocasionando a morte de um pobre velho africano. Esse ocorrido nunca saiu da mente de João Batista.
Pois bem, os anos se passaram e as perseguições nunca tinham tréguas.
Na época laureada de 28 de setembro de 1885, da qual foi sancionada a lei que dava plena liberdade aos escravos sexagenários ou seja, os negros que tivessem mais de 60 anos de idade.
Em virtude desse acontecimento, o coronel João Batista Faria, foi impulsionado por uma força intuitiva e tratou imediatamente de procurar entrar em contato com os escravos hora livres, que foram sacerdotes ou embandas em sua terra natal, pois havia muitos entre os demais, que foram arrancados a força de suas terras e outros que vieram espontaneamente para não deixar morrer aqui a crença de sua seita.
Os sacerdotes aqui existentes nessa época eram de diversas partes da África de acordo com seu povo. Bantus, Angolas, Nagôs, Jejes, e principalmente Yorubanos que eram mais instruídos e possuíam maior cultura.
Após reunir sacerdotes, conferenciou com os mesmos e organizaram a sociedade negra UNIÃO DAS BANDAS devido ser a união dos diversos povos africanos aqui vivendo e radicados.
A finalidade dessa organização era de amparar os escravos mais velhos, largados ao seu destino, professar os seus rituais de suas seitas, orientar e dar-lhes trabalho.
Essa sociedade era uma espécie de sindicato pacífico.
Mais tarde incorporam-se grupos de índios civilizados e ainda mestiços desempregados.
Numa das conferências que eram efetuadas na residência do coronel, concluíram que a sociedade deveria ter uma sede adequada para se fazer as reuniões e processar os seus rituais do culto de seus povos e onde se poderia convocar os seus associados.
Aconteceu, porém, que certa feita de um contrato de trabalho realizado pelo coronel, com um senhor de engenho muito seu amigo o qual empreitava uma grande área de terra plantada, para este distribuir aos negros associados para que nessa área trabalhassem plantando ou colhendo, cana, café etc., contou o coronel a este senhor, a fundação da sociedade e a questão da sede própria, e o que pretendiam, enfim o colocou a par de suas atividades.
Aconteceu, porém, que este senhor de engenho, muito caridoso que era, lembrou-se que em uma de suas fazendas, havia uma velha capela abandonada pelos jesuítas, e que pelo seu tamanho e forma poderia ser útil a sociedade. Assim sendo ofereceu gentilmente ao coronel e adiantou que poderia usá-la por tempo indeterminado e tudo que nela havia, isto é, bancos, mesas etc. advertiu também que a igrejinha era mal assombrada devido ouvir-se no seu interior toques de atabaques.
O coronel de posse dessa gentil e útil oferta, deu conhecimento aos seus amigos membros da sociedade, e convocou uma reunião em sua residência. Após a discussão das ordens do dia, explanou que não podia haver melhor lugar, e resolveram fazer uma visita ao local.
No dia seguinte pela manhã dirigiram-se para o dito local para verem o prédio. Lá chegando viram o prédio da antiga capela e se maravilharam com o acontecimento, e imediatamente puseram-se em ação, verificando o que seria necessário para os reparos.
Enquanto uns varriam, outros consertavam os bancos lá existentes e arrumavam portas e janelas; estando tudo arrumado lavaram o chão e esfregaram-no para melhor higiene.
Aconteceu, porém, que em dado momento, um dos negos que estava a limpar um dos cômodos, encontrou um velho baú coberto de poeira que mais parecia um bloco de pedra, chama a atenção de todos e conta o ocorrido ao coronel. Este o examina superficialmente e pensando tratar-se de uma peça pertencente ao senhor do engenho manda um dos membros da sociedade entregar o baú.
Mas aconteceu, que quando o negro apanhou o dito baú pela tampa, esta se abriu, e por espanto de todos olhando dentro viram muitos objetos embrulhados, que se tratava de estatuetas de santos católicos que pertenciam a capela.
Entre as estatuetas encontravam-se a de São Sebastião, São Jorge, Jesus Cristo, São Jerônimo, São João, São Benedito e outras pinturas também representando santos católicos, mais ao fundo uma Bíblia Sagrada e outros livros, faixas de missa e toalhas do altar e também um pouco de incenso, mirra, benjoim e algumas velas e mais o incensário.
Enquanto o coronel tirava os objetos do baú, os outros olhavam admirados, aconteceu porém que num momento inesperado em que o coronel retornava os objetos em seu lugar, ao pegar a estatueta de São Jorge seu padroeiro, esta lhe cai das mãos como por encanto, e o fenômeno, foi, por ser a estatueta de barro coto não se quebrou, e no mesmo instante o coronel lembrou-se do dia do candomblé da Rua Santa Tereza, onde havia tido a pancadaria, e ficou emocionado, chegando às lágrimas, contemplando a imagem de São Jorge, compreendendo a situação deu um forte suspiro e ficou alegre e radiante, o que causou admiração aos presentes.
Já era quase noite e prepararam-se para se retirar, o coronel leva consigo a Bíblia e os outros livros.
Após a meditação e leitura dos livros e da Bíblia, reuniu os membros da sociedade e conversaram a respeito da sede e de sua religião; explicou também o ocorrido no candomblé da Rua Santa Tereza, todos pediram palavra e também contaram acontecimentos que alguns presenciaram.
Em vista dos casos apresentados resolveram dar novo rumo às suas crenças e religião aqui no Brasil.
Estando a turma na capela limparam o velho altar, modificaram um pouco seu formato, prepararam-no e colocaram ali todas as estatuetas que haviam encontrado. Feito isso retiram-se para voltarem no dia seguinte, para continuarem a tarefa empreendida.
Ao raiar do outro dia, quando as nuvens brancas já eram visíveis, e já atingidas pelos raios solares, encontraram-se no pátio da capela os membros da diretoria da União, com mais alguns convidados chefes de terreiros de candomblés e outros.
Após uma palestra, entraram no recinto e tomaram assento e cada membro fez o seu sinal no chão com pemba.
Estando todos a postos levantaram-se e fizerem uma prece e, concluída esta, tomou da palavra o coronel e apresentou a questão. Meus caros irmãos de fé, neste momento em que estamos reunidos nesta singela casa, e tendo em vista a perseguição que vem sofrendo nossos candomblés, e que se reflete em nossa religião, por não conhecerem eles nossos santos e nossa religião prática. Sugiro que cada um de vós que conheceis nossos santos e sua história, analisem bem e meditem, para depois fazermos votação secreta para humildemente darmos aos nossos Orixás os nomes dos santos católicos, que pela igualdade de vida e sofrimentos, sejam firmados para a posteridade, aqui no Brasil, e que para os nossos sucessores não venham a sofrer por motivo de pensarem que adoramos outros deuses. Ouvindo isto todos murmuraram. Concentraram-se no assunto e cada um escrevia num pedaço de papel, o nome do santo católico em combinação com o Orixá, e colocavam-no dentro de um chapéu de palha.
Terminada a votação os negros do conselho, que era composto de negros Nagôs, Yorubá, Angola, Bantu, iam retirando do chapéu de palha os votos e entregando-os ao coronel e ao “Senhor de engenho” e estes iam anotando os resultados.
Terminada essa apuração, ficaram tomados de espanto em virtude de não haver nenhuma contradição de nomes de um para outro membro, pois entendia-se que todos estavam imbuídos de um só pensamento.
Os resultados foram os seguintes:

Zambi – Olorun, Tupã – Deus.
Oxalá – Jesus Cristo, filho de Deus.
Ogum – São Jorge.
Xangô – São Jerônimo.
Oxóssi das Matas – São Sebastião.
Ibeji – Cosme e Damião.
Omulu – São Lázaro.
Iansã – Santa Bárbara.
Yemanjá – Nossa Senhora da Conceição.
Oxum – Nossa Senhora da Aparecida.
São João Batista – Oriente.

E mais os arcanjos que não sofreram alterações e outros que não acharam qualitativo.
Lido o último nome os negros que estavam como que encantados gritaram viva e bateram palmas. Pedindo a palavra o coronel, o barulho cessou como se ficassem mudos ao mesmo tempo.
Prosseguindo disse – Meus caros irmãos agora vamos meditar e pensar bem, pois temos que reorganizar nossos rituais de cerimônias e os deixamos registrados nesta ata e que só poderá ser lida por iniciados em nossa seita e nossa União; dito isto todos disseram o apoiado e levantando-se, retiram-se cumprimentando o coronel e o senhor de engenho.
Enquanto os dias iam passando o coronel deu a cada novo santo uma posição para que quando na sede da União, as cerimônias em que baixavam entidades que se diziam se um Orixá, este seria anotado para pertencer a ordem do Orixá em questão, ou seja:

1a ) Ordem de Oxalá.
2a ) Ordem de Yemanjá.
3a ) Ordem de Ogum.
4a ) Ordem de Oxóssi.
5a ) Ordem de Xangô.
6a ) Ordem de Oriente (São João Batista).
7a ) Ordem Africana (ou de São Benedito).

Finda a semana, foi convocada nova reunião para apurarem os rituais.

O tempo passou  União das Bandas desenvolveu-se de tal maneira, e com o advento de outras leis abolicionistas, em outros estados havia muitos negros desamparados e criaram-se a filiais com as mesmas finalidades, e ficou com a alcunha de Uma Banda da União.
Aconteceu, porém, que quando algum necessitado precisava de auxílio, dirigia-se conforme seu lugar a Uma Banda da União e lá na maioria dos casos obtinha o conselho ou auxílio.
Quando uma pessoa precisava de auxílio alguém dizia procure Uma Banda, e lá tu conseguirás o que queres. Em função dos diversos dialetos as palavras foram corrompidas e a frase UMA BANDA acabou sendo traduzida como UM-BANDA.
Aconteceu que a palavra Umbanda (corruptela de Uma-Banda) tornou-se conhecida como centro de convergência da religião negra e mais tarde com a influência dos brancos nas suas diretorias ficou mais conhecido como terreiro espiritual de Umbanda, com práticas de culto espiritual prático, e nela recorrendo pessoas de todas as camadas sociais; como acontece hoje em nosso dias.
Pois bem caros leitores espero com esta pequena história ou “lenda” (este julgamento fica a critério dos caros amigos leitores) pois toda religião tem um princípio e um idealista como acontece com o Budismo, Cristianismo, Bramanismo etc.
Esta história que escrevi me foi dada por intuição e algumas palavras por mim ajeitadas, aceitando portanto a crítica que se fizer quanto a minha interpretação e escrita, e deixo para os entendidos o julgamento desta matéria.

AFRO
OSWALDO DE OLIVEIRA
(Rosa Branca)               
     

terça-feira, 23 de junho de 2020

LANÇAMENTO


HISTÓRIA DA UMBANDA NO BRASIL - VOLUME 10


Sinopse: A EDITORA DO CONHECIMENTO traz aos leitores o décimo volume da coletânea que resgata a História da Umbanda. Diamantino Fernandes Trindade apresenta matérias jornalísticas de periódicos já extintos, artigos, entrevistas e imagens ainda desconhecidos dos adeptos e simpatizantes dessa religião. Esta nova obra é um convite ao mergulho num mundo histórico da Umbanda, penetrando nos meandros do cotidiano dos terreiros e organizações federativas umbandistas desde as primeiras décadas do século XX até os dias de hoje, no Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e outros estados da União. São mostrados aqui aspectos externos dos diversos ritos que compõem o universo dessa religião praticada por milhares de templos e adeptos. É possível entender como as perseguições policiais afetaram e fortaleceram a Umbanda ao longo de mais de um século e, ao mesmo tempo, valorizar a liberdade de culto atual, mesmo com a intolerância religiosa que ainda vigora hoje. Há diversas maneiras de escrever a História da Umbanda. Uma delas ocorre com os recursos da pesquisa primária por meio de documentos e imagens, como nesta obra que mostra a faceta jornalística com a reprodução na íntegra das matérias do cotidiano dos periódicos nacionais. Para quem se interessa pela Umbanda, aqui está uma obra de inestimável valor que permite conhecer algo que só é possível com anos de leitura e pesquisa.