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quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

MEDALHA COMEMORATIVA DOS 75 DA UMBANDA

Medalha cunhada por Pai Ronaldo Linares.

Este exemplar foi emprestado pelo irmão Edison Cardoso de Oliveira.

A Cabana de Pai Benguela está angariando fundos para cunharmos uma nova edição.


IV ENCINTRO "EXU O SENHOR DOS CAMINHOS" - 2016


Foto com os participantes.

O PRÓXIMO ENCONTRO ocorrerá em abril de 2017 e as pré-inscrições podem ser feitas na página da Cabana de Pai Benguela no facdbook

https://www.facebook.com/Cabanadepaibenguela


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EU E MEU PAI RONALDO LINARES - 2012


TIA EDITH E PAI JOÃO DE ANGOLA

Eu morava em Santana com minha família e desde cedo, mesmo sendo católica, a minha mãe me levava em centros espiritas, terreiros, cartomantes etc. Parece que eu saia do padrão estabelecido pelos ditames da igreja.
Ainda bem jovem conheci uma senhora baixinha e muito simpática: Tia Edith. Era assim que a chamávamos. Fomos criando admiração e amizade com ela. Era uma cartomante com índice “quase zero” de erros. Dava até medo ir lá para uma consulta.
Não gostava de atender homens. Como ia lá desde pequeno eu tinha a porta aberta. E quando a “coisa apertava” eu corria para lá.
Em 1979, misteriosamente, meu pai apareceu com o rosto todo deformado. Começou o “bate perna” nos consultórios médicos e nada era descoberto. La fui eu na Tia Edith. Nessa época eu era um espírita convicto e não queria nem ouvir falar de Umbanda, de terreiros e “dessas coisas”. Quando ela começou a consulta, imediatamente falou que meu pai tinha recebido um ponto de morte e que, se eu não fosse a um terreiro, ele morreria em sete dias. Fiquei assustado porque não queria ir a terreiros. Ela me disse que alguém ia me procurar e me levar.
No dia seguinte minha dentista, Dra. Elda, que era espírita, falou de um terreiro em Guarulhos. E lá fomos em uma tarde de terça feira. Um terreiro grande, de terra batida, com um grande canteiro externo repleto de ervas. Mas só tinha a Mãe de Santo. Não tinha outros médiuns. Segundo a dirigente ela trabalhava sozinha, pois tinha ficado cansada de médiuns sem vergonha.
Incorporou um Preto Velho, Pai João de Angola que disse: Tão querendo ti matá zinfio! ”Pediu ao filho da dirigente que pegasse picão preto no canteiro e fervesse. Nesse meio tempo fez descarrregos, rezou e benzeu meu pai diversas vezes. Com um galho de arruda foi lavando o rosto de meu pai. No final disse: “Em nove dias ele estará curado”. E assim aconteceu. Essa foi a minha porta de entrada para a Umbanda. No ano seguinte eu já girava no terreirinho do Senhor Ernesto Scazzioti.
No dia seguinte ao trabalho de Pai João para curar meu pai ele passou por uma junta de nove médicos no Hospital São Paulo e nenhum conseguiu um diagnóstico para a doença. Um deles, um velhinho simpático, coletou material e foi para o microscópio. Em dez minutos deu o diagnostico: fungo na raiz da barba. O segundo caso em cinquenta anos. Ele estava tomando nove antibióticos. Ficou só com um e em nove dias ficou curado como havia dito Pai João. Duas semanas após voltamos ao terreiro e Pai João disse que havia sido feito um trabalho para matá-lo, conforme havia dito Tia Edith. 
Nesse dia levei meu compadre Antônio dos Santos, na época com 25 anos e que se locomovia com o auxílio de uma bengala. Um trabalho feito por uma dessas mulheres vampiras que chamam os homens de canalhas e cretinos. Pai João mandou preparar uma papa com fubá e passou nas pernas dele. Alguns dias depois ele se locomovia normalmente.
O tempo passou e, sempre que eu precisava, ia na Tia Edith. Às vezes, no meio da consulta, ela passava mal e pedia para eu incorporar o Caboclo Sete Montanhas. Depois do passe a consulta continuava. Em 1989 um fato surreal ocorreu. Eu estava muito mal e Tia Edith falou: “Vou te levar em lugar muito bom no Jaçanã”. Em uma tarde fria fui com ela em um terreiro onde a Mãe de Santo dava consultas particulares. Incorporou a Pombagira, que colocou uma peruca horrível até o meio das costas, e começou a conversar comigo. A essa altura eu já estava duvidando de tudo aquilo. Achava que era um showzinho para me tirar dinheiro. Falei para Tia Edith: “Olha em que buraco você me trouxe”. E ela respondeu: “Confia Tino”.
A Pombagira disse: “Vai no botequim aí em frente e compra uma sidra e uma cerveja”. Comprei a sidra e uma cerveja Antarctica. Quando ela olhou para o material disse: “Isto é cerveja de puta pobre. Vai lá e troca por uma Brahma”. Desânimo total. Queria ir embora. Fui trocar a “puta” da cerveja. Ela sorveu deliciosamente o néctar espumante de puta rica e começou o trabalho. Colocou um pano no chão, tirou o arame da tampa da sidra e bateu com força no chão. Tomei um belo banho de sidra. E ela disse: “Agora vai ficar bem”.
Naquela noite, e nas seguintes, dormi como um anjo. Era o começo do meu processo contra o preconceito. Em 1996, Tia Edith foi para a Pátria Espiritual. Cumpriu sua tarefa com dignidade.

Saravá mãezinha querida!

No Terreiro de Pai João de Angola ouvi meu primeiro ponto de Umbanda:

Navio negreiro vem de alto mar
Correntes pesadas na areia
A negra escrava se põe a chorar
Saravá Mãe Yemanjá

Uma estrela brilhou aqui no congá
É o Pai João que vem saravá
É meu Pai João que vem trabalhar

Estrela Guia clareia o dia
Saravá o Pai João que vem de Aruanda
Pai João, a Umbanda lhe mandou chamar
Saravá o Pai João no congá de Oxalá






Tia Edith, a baixinha do lado esquerdo 

PAI ERNESTO SCAZIOTTI – UMBANDA COM HUMILDADE

Em 1980, ainda nos meus primeiros anos de magistério, trabalhava no conceituado Colégio XII de Outubro, no Alto da Boa Vista – Santo Amaro. Todos os dias quando eu chegava um inspetor de alunos, com quem eu não tinha intimidade, olhava para mim e abria um sorriso farto.
Depois de alguns meses, com o fato se repetindo, indaguei porque ele ficava rindo para mim quando eu chegava. Ele respondeu: “Não sorriso para você. E sim para o seu Caboclo, o Caboclo Sete Montanhas”. Fiquei estupefato, pois o meu único contato com a Umbanda até aquele instante foi no Terreiro de Pai João de Angola, já contado nesta obra.
Disse-me que aquela entidade sempre estava perto quando eu chegava à escola.
Falou que tinha um pequeno congá na sua casa e realizava sessões aos sábados à noite na casa de amiga. Convidou-me para conhecer e, em um sábado de fevereiro de 1980 lá cheguei, no Jardim São Luiz, em São Paulo. Conversei com Pai Benedito e foi o começo do meu desenvolvimento mediúnico. Ali fiquei um ano até que conheci o meu grande irmão Edison Cardoso de Oliveira e o Templo de Umbanda Ogum Beira Mar. Ali fiquei por dez anos.
Na mesma semana conheci Pai Ronaldo Linares e, em março de 1981, iniciei o Curso de Formação de Sacerdotes da Federação Umbandista do Grande ABC, Barco 12.
Pai Ernesto Antonio Scaziotti, desencarnou em maio de 2016, após uma vida profícua exercendo com maestria e humildade o sacerdócio de Umbanda.

Saravá Pai Ernesto!



sábado, 3 de dezembro de 2016

MÃE SIMA TCHALIAN – GUERREIRA DA UMBANDA


Algumas vezes quando o “bicho pegava” eu ia chorar no ombro dela. Quando eu fazia besteiras ela me dava “palmadas” como se faz com crianças mimadas.
Essa é a Mãe Sima Tchalian que retornou à Pátria Espiritual em 26 de abril de 2008. Eu nasci em 01 de abril de 1950. Em 01 de abril de 1980 foi fundado o Templo de Umbanda Nanã, Xangô e Caboclo Sete Léguas que ela dirigiu com tenacidade, nunca se furtando à prática honesta e eficiente da caridade.
As entidades que a assistiam são: Caboclo Sete Léguas, Cabocla Janaina, Vó Carmela, Zé Baiano, Chiquinho, Exu do Lodo e Pombagira Maria Mulambo.
Com certeza o trabalho da Guerreira continua do outro lado da vida.
Saravá Mãe Sima!
A Umbanda agradece pelo seu trabalho grandioso.
Na segunda foto, Mãe Sima batizando seu neto Renato Tchalian e na terceira Mãe Sima entre Mãe Zélia do Moraes e seu filho Yanouf Tchalian na Cabana de Pai Antonio.




io.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

COMBOS

LANÇAMENTO

Hoje a Editora do Conhecimento está lançando o quarto volume do livro "História da Umbanda no Brasil".

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

CAPA DA OBRA "HISTÓRIA DA UMBANDA NO BRASIL"

Homenagem da Editora do Conhecimento a Pai Zélio de Moraes.


LANÇAMENTO NOS PRÓXIMOS DIAS.

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

FALSOS MESTRES


Procurem ter sabedoria para se desviarem dos falsos mestres: aqueles que mistificam os ensinamentos da verdadeira Umbanda na busca de interesses escusos ou simplesmente por uma questão de vaidade, aqueles que oferecem conhecimento e sabedoria como coisas fáceis de serem conquistadas, como se houvessem atalhos para o crescimento pessoal e espiritual.

Mãe Zilméia de Moraes

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

HISTÓRIA DA UMBANDA

Em abril de 1991, a Ícone Editora publicou a obra "Umbanda e Sua História", livro matriz que me levaria a cumprir a tarefa, determinada pelo Astral Superior, de resgatar a memória da nossa religião. Esse livro deu origem, em 2008, à obra "Umbanda Brasileira: um século de história" que, por sua vez, daria origem aos cinco volumes de "História da Umbanda no Brasil".
Hoje, 14 de novembro de 2006, após 25 anos de pesquisa e muito trabalho e, na véspera da comemoração dos 108 anos da UMBANDA, terminei de escrever o quinto e último volume da saga, publicada pela EDITORA DO CONHECIMENTO.
Agradeço ao Astral e a todos irmãos que colaboraram nesta árdua, mas prazerosa tarefa.




domingo, 13 de novembro de 2016

UM POUCO DA UMBANDA EM PORTUGAL

No dia 11 de novembro de 2016 recebemos, na Cabana de Pai Benguela, a visita das queridas irmãs Cristina e Vanessa do Templo de Umbanda Pai Oxalá, da cidade de Braga, Portugal.
A Umbanda tem crescido significativamente nos últimos vinte anos em Portugal. Um dos terreiros de referência no país é o ATUPO, que conta com aproximadamente uma centena de médiuns em sua corrente. Os atendimentos ocorrem aos sábados à tarde. A instituição publica o periódico Jornal Umbandista Português – Fundamento que trás importantes matérias elucidativas sobre a nossa religião. No site institucional encontramos o relato de como se formou o terreiro.





Do ontem ao hoje – A caminhada


O Fundamento, agosto de 2009, n. 4

Pai Cláudio de Oxalá iniciou sua caminhada na Umbanda com sete anos, acompanhado de sua mãe, que tinha raízes espíritas em Portugal e, que se tornou uma assídua frequentadora de Centros de Umbanda, desde que chegou ao Brasil em 1972.
Pai Cláudio, ainda adolescente, foi iniciado em uma corrente umbandista, localizado em um sítio no interior de São Paulo sob o comando de Nancy de Iansã que, por alguns problemas particulares, não pode dar continuidade aos trabalhos, entregando ao seu Pai João Carlos a guarda de seus filhos de santo. Após alguns anos, Pai Cláudio foi iniciado no Candomblé com Azamorumji de Santos, em São Paulo. Em 1991, foi para Portugal a fim de fazer alguns cursos técnicos e retornar ao Brasil. Nesta estadia, deu inicio a um trabalho de assistência, em sua casa na cidade de Braga, onde nasceu o Templo de Umbanda Pai Oxalá (hoje ATUPO). Após estes acontecimentos, tomou a decisão residir definitivamente em Portugal.
Em 1996, foi contatado por um grupo que desenvolvia um trabalho em uma corrente espiritualista, mas, que por terem muito interesse em aprofundar conhecimentos sobre a Umbanda, quiseram conhecer o trabalho por ele desenvolvido. Assim e, por terem como objetivo comum aprofundar conhecimentos, aprender e desenvolver trabalho que tivesse como causa principal a prática de caridade, uniram-se  afim de juntos desenvolverem um melhor trabalho.
Com base nesse sentimento comum, nesse mesmo ano, abriram a segunda sede do Templo de Umbanda Pai Oxalá no bairro de Ferreiros, Braga, com atendimento ao público. Após três anos, devido à falta de condições e espaço, para atender o elevado número de pessoas da assistência, O Templo de Umbanda Pai Oxalá mudou a sua sede para um espaço bastante maior, no lugar chamado Sete Fontes, também na cidade Braga.
No dia 19 e 20 de janeiro de 2008 foi inaugurada a sede própria da ATUPO (Associação Templo de Umbanda Pai Oxalá).

sábado, 29 de outubro de 2016

IV WORKSHOP EXU - O SENHOR DOS CAMINHOS


Cabana de Pai Benguela - 22/10/2016
Está disponível, na página (FACEBOOK)  Cabana de Pai Benguela, a pré-inscrição para o V Workshop (2017)



quinta-feira, 27 de outubro de 2016

MACUMBA DE RICO CUSTOU Cr$ 300 MIL

Diário Popular, 20 de dezembro de 1990


Um despacho de 30 metros de extensão movimentou a esquina da Avenida João Paulo I com a Rua Padre Domingos Gava, na Freguesia do Ó, e fez a alegria dos pobres que passaram por ali na manhã de ontem. Montadas por um grupo de pessoas durante a madrugada, as oferendas tinham, além dos tradicionais pertences como charutos, frangos e velas, quilos de cerejas e uvas e muito camarão, a um custo aproximado de Cr$ 300 mil.
Em tempo de vacas magras o jeito é apelar para todos os santos. Se só as rezas não resolvem, a solução pode ser um despacho no cruzamento de uma avenida movimentada. Esta foi, provavelmente, a intenção dos autores de um despacho de aproximadamente 30 metros de extensão, que poderia se candidatar a uma menção no Guiness Book, o livro dos recordes, colocado em frente ao número 1510 da Rua Padre Domingos Grava, esquina com a Avenida João Paulo I, na Freguesia do Ó, Zona Norte da Capital Paulista.
Entre os tradicionais charutos, velas, frangos e pratos de farofa, canjica e acarajé, quilos de frutas da época como mamão, cereja e uva, e muito camarão, havia vários bilhetes agradecendo o bom ano e pedindo saúde e paz para 1991. Dois bilhetes traziam pedidos curiosos. Em um deles o autor, Fred José da Silva, pede para conseguir vender dois carros e ter condições de montar uma loja. Outro, de autoria não identificada, pedia dinheiro para pagar o INPS atrasado.
Segundo os moradores, é comum aparecer trabalhos naquele local. “Mas grande assim é o primeiro”, afirmou o funileiro Eugênio Moreira Sobrinho, que contou 20 frangos e dezenas de garrafas de champanhe, vinho e uísque. Mas logo no inicio da manhã muitas pessoas passaram apanhando as frutas e bebidas. “Levaram caixas cheias”, disse Eugênio.
Para Eugênio Sobrinho, que se diz médium, o trabalho foi feito por adeptos do Candomblé e seriam, no total, 13 e não apenas um despacho. “Isso não ficou por menos de Cr$ 300 mil”, acrescentou. Apenas o comerciante aposentado João Rodrigues, de 71 anos, disse ter visto os autores do trabalho.
Segundo o aposentado, era por volta de 0h 30 de ontem quando quatro carros pararam em frente à sua casa, que fica na Avenida João Paulo I, número 1478. Ele ouviu o barulho dos caros estacionando e desceu para verificar o que se passava. “Eu sai para a porta com um porrete, então eles passaram para outra esquina. Em seguida, passou uma viatura da PM e ouvi-os dizerem: nós já vamos. Quando a policia apareceu, eu entrei e fiquei observando de dentro. Os policiais foram embora e em menos de 20 minutos estava tudo arrumado”, afirmou.
João Rodrigues disse não saber quantas pessoas fizeram o trabalho “porque eles andavam muito rápido para arrumar tudo”, mas confirma que eram quatro carros e não havia pessoas conhecidas. O funcionário da administração Regional da Freguesia do Ó, Severino Cândido, que esteve no local recolhendo o material, calculado em aproximadamente 300 quilos o total do despacho.


MACUMBA NO CORINTHIANS

Diário Popular, 04/12/1991

Se macumba ajuda a ganhar jogo o Corinthians tem tudo para ser o campeão paulista. Pai Nilson, fanático torcedor corintiano, fez uma oferenda aos Orixás, com 197 velas, 197 rosas, duas vasilhas de pipoca, uma de canjica e um pote de água, e garante que o título ficará no Parque São Jorge. No Morumbi, o ambiente foi dos mais tranquilos. O técnico Telê Santana tirou o dia para contar piadas e o lateral Nelsinho ironizou o futebol moleque de Cilinho, afirmando que o verdadeiro esquema ofensivo é desenvolvido pelo São Paulo. Ronaldo, goleiro corintiano, também deu suas alfinetadas e declarou que a equipe tricolor só sabe dar pontapés.

O Corinthians vai disputar a final do Campeonato Paulista contra o São Paulo em desvantagem no regulamento, mas reforçado pelos Orixás. É o que garante Miranilson de Carvalho, presidente da torcida Trapalhões da Fiel e que é mais conhecido por Pai Nilson. Ontem à tarde, no Parque São Jorge, ele fez uma série de oferendas e logo em seguida, ao jogar os búzios, afirmou que os Orixás aceitaram tudo o que foi oferecido, e vão estar ao lado do Timão na decisão.
O conjunto de oferendas por Pai Nilson é chamado de ebó. O pai de santo distribuiu o trabalho em frente à estátua de São Jorge. Havia 197 velas coloridas, 197 rosas, duas vasilhas de pipoca, uma de canjica e um pote de água. “As rosas representam força, raça e vida; a canjica significa prosperidade e força coletiva; a pipoca representa os segredos da vida e a água é o símbolo da vida e força positiva”, explicou Nilson.
As velas foram acesas pontualmente às 18 horas, uma hora sagrada segundo Pai Nilson. “É uma hora de reflexão e muita energia e o momento em que os Orixás têm mais força para falar com Oxalá”, afirmou. O trabalho de Pai Nilson ainda não está completo. Falta o sacrifício de um animal, que será feito em seu barracão. “Não faço em publico porque tem gente que não gosta de ver. Vou sacrificar um carneiro pela paz do estádio, para que não aconteçam brigas e nem acidentes como o do rapaz que pisou em bomba no domingo”, afirma.
Pai Nilson disse que no começo do ano previu que o São Paulo seria campeão brasileiro e teria chances também de ganhar o Paulistão, mas a presença do Corinthians na final complica a vida do Tricolor. ‘“Decidir com o Timão não é fácil, porque a torcida tem representantes de todas as religiões e isso dá muita força ao time”, afirmou.

Luis Augusto Monaco



São Paulo campeão

O Campeonato Paulista de Futebol de 1991 teve como campeão o São Paulo, que conquistou o título ao vencer o Corinthians na final, com vitória por 3 a 0 no primeiro jogo e empate sem gols na segunda partida. O artilheiro da competição foi Raí, do próprio São Paulo, com vinte gols marcados.


“Se macumba ganhasse jogo, o Campeonato Baiano acabaria empatado”.


João Saldanha

A NOVA FACE DA UMBANDA



Jornal Zona Sul, 12 de maio de 1989, n. 552

Esta matéria e entrevista com Diamantino Fernandes Trindade foi publicada também nos jornais de bairro: Jornal Bibi Augusta, Jornal Brooklin News, Jornal do Morumbi, Jornal Interior News, Jornal Higienópolis News e Jornal Butantã News, em São Paulo. Estes periódicos eram tinham a edição de Ronaldo Aun G. Côrtes.

Para falar de Umbanda temos antes de conhecê-la, e para isto procuramos entrevistar Diamantino Fernandes Trindade, um dos maiores pesquisadores da Umbanda no Brasil, juntamente com Ronaldo Antonio Linares. Antes de nos aprofundarmos no assunto, vamos conhecer um pouco deste nosso velho amigo Diamantino.
Diamantino nasceu em Portugal em 1950 vindo para o Brasil em 1954, onde fixou residência com seus pais. Tornou-se um brasileiro autentico, casou-se e é pai de duas lindas meninas: Andréa e Ana Paula. Cursou em nível universitário a Faculdade de Química Oswaldo Cruz, a Universidade Mackenzie onde fez o curso de Estudos Brasileiros. Leciona atualmente, como professor universitário, nas Faculdades Oswaldo Cruz, Faculdades da Zona Leste e Universidade de Guarulhos. Em 1980, Diamantino iniciou sua carreira de escritor, sendo o primeiro livro Química Básica Experimental, que era o primeiro de uma série de 23 livros, nas áreas de Química, Tecnologia e Umbanda, e mais dois no prelo. Dentre os publicados na linha de ciência e tecnologia, destacamos: Matemática Industrial, Tecnologia Mecânica e Como Fazer Perfumes (já em sua sexta edição).
Em 1980, quando Diamantino teve sua veia de escritor despertada, também seu lado místico começou a revela-se. Diamantino, filho de católicos e católico fervoroso praticante ficou receoso com fatos que vinham acontecendo. Foi levado por amigos ao Templo Espiritual de Umbanda Ogum Beira Mar em São Bernardo do Campo e a Federação Umbandista do Grande ABC, em São Caetano do Sul, conhecendo Ronaldo Linares, presidente da mesma. Diamantino relutou, mas deixou que a sua mediunidade florescesse, transformando-se em um médium não apenas de fama respeitabilíssima, mas também em um profundo pesquisador de Umbanda e Cultos Afro-Brasileiros. Após alguns anos de pesquisa passou a escrever alguns livros sobre Umbanda. Os primeiros foram Iniciação à Umbanda, em dois volumes, que são considerados pelos maiores conhecedores da literatura umbandista, como o ponto de partida para aqueles que desejam conhecer ou iniciar-se na religião umbandista.
Nada mais lógico do que depois de conhecermos o que é Umbanda, devemos conhecer os Orixás. Para tanto, Diamantino, em parceria com Ronaldo Linares, escreveu a Coleção Orixás em cinco volumes. Isto pois, antes de qualquer pessoa se aprofundar na religião, é necessário que conheça seus Orixás.
Diamantino além de professor universitário, escritor, editor-chefe da área de Umbanda e Cultos Afro-Brasileiros da Ícone Editora, é também vice-presidente da Federação Umbandista do Grande ABC, membro do Conselho Consultivo do Superior Órgão de Umbanda do Estado de São Paulo, colunista do Jornal Noticias Populares, ministra cursos de formação de sacerdotes na Federação Umbandista do Grande ABC.
Continuando nossa entrevista, procuramos fazer a Diamantino, algumas perguntas sobre Umbanda em geral no Brasil.
Thaís – O que você acha sobre os falsos pais de santo?
Diamantino – São pessoas despreparadas e que se utilizam da religião para explorar comercialmente necessitadas de caridade.
Thaís – Você poderia citar nomes de pais de santo respeitados?
Diamantino – Podemos citar, dentre os mais respeitáveis, Ronaldo Linares, sem sombra de dúvida o mais conceituado do Brasil, Demétrio Domingues, Jamil Rachid e Pedro Furlan além de Edison Cardoso de Oliveira, Sima Tchalian, Esmeralda Salvestro Perusso entre outros.
Thaís – O trabalho feito para o mal pode retornar àquele que o fez ou solicitou?
Diamantino – O trabalho feito para o mal fere as Leis de Deus. As Leis Divinas são imutáveis, ocorrendo a Lei do Retorno para estas pessoas. A cada ação corresponde uma reação.
Thaís – É correto invocar espíritos e como se reconhece a mediunidade de uma pessoa?
Diamantino – A invocação de espíritos é correta desde que obedeça as leis espirituais que regem este fenômeno, devendo ocorrer sempre em um recinto apropriado (centro kardecista ou terreiro de Umbanda) devidamente preparado para tal. O reconhecimento da mediunidade em uma pessoa é feito, geralmente, pelas entidades incorporadas nos dirigentes espirituais.
Thaís – Por que os pais de santo muitas vezes não resolvem os seus próprios problemas?
Diamantino – A condição de pai de santo não o torna uma pessoa especial. Ele é humano como todas as pessoas, estando sujeito a todas as vicissitudes do dia a dia. O pai de santo também tem suas dividas cármicas e que ninguém poderá passar por ele.
Thaís – Caso os leitores queiram adquirir seus livros, onde poderão ser encontrados?
Diamantino – Nas boas livrarias ou na Ícone Editora, Rua Anhanguera 56/66, São Paulo.
Thaís – Qual a mensagem que você deixa para os nossos leitores?
Não importa qual é a sua religião, haja como você queria que os outros agissem com você. Deus está presente em todas e a sua atitude com o seu semelhante é o melhor atestado da sua ligação com Deus. Faça a caridade sem constranger a pessoa necessitada e lembre-se de que amanhã você poderá precisar de ajuda. Que o Grande Arquiteto do Universo possa trazer muita luz a todos vocês.


domingo, 2 de outubro de 2016

FORJANDO A ARMADURA (Rudolf Steiner) - Meditação


Nego-me a me submeter ao medo
que tira a alegria de minha liberdade,
que não me deixa arriscar nada,
que me torna pequeno e mesquinho,
que me amarra,
que não me deixa ser direto e franco,
que me persegue,
que ocupa negativamente a minha imaginação,
que sempre pinta visões sombrias.
No entanto, não quero levantar barricadas por medo do medo.
Quero viver e não quero encerrar-me.
Não quero ser amigável por medo de ser sincero.
Quero pisar firme porque estou seguro e não para encobrir meu medo.
E, quando me calo, quero fazê-lo por amor e não por temer as consequências de minhas palavras.
Não quero acreditar em algo só por medo de não acreditar.
Não quero filosofar por medo de que algo possa atingir-me de perto.
Não quero dobrar-me só por medo de não ser amável.
Não quero impor algo aos outros por medo de que possam impor algo a mim.
Não quero tornar-me inativo por medo de errar.
Não quero fugir de volta para o velho, o inaceitável, por medo de não me sentir seguro no novo.
Não quero fazer-me de importante por medo de ser ignorado.
Por convicção e amor, quero fazer o que faço e fazer o que deixo de fazer.
Do medo quero arrancar o domínio e dá-lo ao amor.
E quero crer no reino que existe em mim.

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

CALENDARIO DE GIRAS PUBLICAS

CABANA DE PAI BENGUELA

OUTUBRO

Dia 1 (sábado) - Caboclos e Exus - 18:30 h
Dia 7 (sexta feira) - Pretos Velhos - 20:30 h
Dia 14 (sexta feira) - Baianos - 20:30 h
Dia 21 (sexta feira) - Crianças - 20:30 h
Dia 28 (sexta feira) - Exus e Pombagiras - 20:30 h

NOVEMRO

Dia 5 (sábado) - Caboclos e Exus - 18:30 h
Dia 11 (sexta feira) - Pretos Velhos - 20:30 h
Dia 18 (sexta feira) - Crianças - 20:30 h
Dia 25 (sexta feira) - Exus e Pombagiras - 20:30 h

DEZEMBRO

Dia 3 (sábado) - Caboclos e Exus - 18:30 h
Dia 9 (sexta feira) - Pretos Velhos - 20:30 h
Dia 16 (sexta feira) - Exus e Pombagiras - 20:30 h

Rua Almirante Lobo, 981 - Ipiranga

domingo, 11 de setembro de 2016

VAMOS CANTAR CORRETAMENTE O HINO DA UMBANDA


Segundo Mestre Marne, membro fundador do CONDU, que participou em 1976 da aprovação da obra de J. M. Alves como Hino Oficial da Umbanda, no Rio de Janeiro (Hotel Glória), é de suma importância que o Hino da Umbanda seja cantado com a letra e melodia correta, sem mudança alguma. Porque na hora da oficialização do Hino, foi perguntado ao Sr. Jerônimo Vanzeloti, presidente da Convenção do CONDU, se o compositor J. M. Alves iria cobrar direitos autorais de sua obra. Diante desse questionamento o Sr. Vanzeloti, foi conversar com o autor e o mesmo mandou o seguinte recado a todos os presentes: “Não vou cobrar nenhum tostão de direito autoral, só peço para manterem meu nome como autor”, porém proibiu que a letra de sua obra fosse mudada em sequer uma vírgula e que toda vez que forem cantar o Hino da Umbanda, a mão direita deverá ser colocada sobre o coração. Por isso, é importante que todos pratiquem esse ato cívico de Umbanda, como demonstração de fé e respeito, conforme o Sr. José Manuel Alves queria e pediu pra ser.
Assim, não se deve cantar duas vezes a parte final do Hino:
“Levando ao mundo inteiro a bandeira de Oxalá”.
Observem a partitura.


terça-feira, 30 de agosto de 2016

FASES DA LUA


Eu, minha esposa Tarsila e meu filho Tharso estivemos ontem na inauguração da nova sede do Templo Fases da Lua dos nossos queridos irmãos Alexandre e Carina.
Uma noite maravilhosa com muita luz, energia e amor.
Compartilhamos estes momentos com irmãos de diversos terreiros. Conversa proveitosa com Sandra Santos, Evandro Besouro, Kelly e Denisson.




domingo, 28 de agosto de 2016

HISTÓRIA DA UMBANDA NO BRASIL

Conhecer a nossa história significa, entre outras coisas, não repetir os erros do passado. Há vinte e cinco anos recebi do Astral a tarefa de resgatar a memória da Umbanda. Desde então uma árdua, mas prazerosa tarefa vem sendo desenvolvida com o auxilio precioso do Astral e de irmãos que também tem o interesse nesta jornada, além de uma profunda pesquisa de documentos, matérias, reportagens, imagens e depoimentos. Visitas físicas e virtuais à Biblioteca Nacional, sebos e terreiros tem sido de grande valia.
Hoje o registro da Umbanda está concentrado na EDITORA DO CONHECIMENTO.
Durante 20 anos tentei encontrar um exemplar do livro “No Mundo dos Espíritos”, de Leal de Souza, o primeiro que fala de Umbanda, de 1925. O mesmo Leal de Souza, o primeiro historiador da nossa religião, escreveu “O Espiritismo, a Magia e as Sete Linhas da Umbanda”, em 1932. O primeiro eu consegui em 2010 e repassei para a Editora que o publicou em 2012. O mesmo ocorreu com o segundo que já encontra na segunda edição.
“Antonio Eliezer Leal de Souza: o primeiro escritor da Umbanda” é a primeira biografia sobre o jornalista, poeta parnasiano (lançado por Olavo Bilac), espírita e umbandista. Dois anos de trabalho ininterrupto culminaram com o lançamento desta obra, em 2009. Um ano depois foi publicado o livro “A Construção Histórica da Literatura Umbandista”.
Um projeto ambicioso e de fôlego foi iniciado em 2013. A coleção “História da Umbanda no Brasil”. O primeiro e segundo volumes foram lançados em 2014. Em 2015 saiu o terceiro volume. O quarto volume está na fase final de produção e será lançado em breve. O quinto volume está sendo redigido e deverá ficar pronto até o fim do ano.
Cabe ainda registrar que a EDITORA DO CONHECIMENTO lançou, em 2015, a obra “Reflexões sobre a escola do Caboclo Mirim”, de Sérgio Navarro Teixeira. Outra obra interessante é “História da Umbanda: uma religião brasileira”, do nosso irmão Alexandre Cumino, publicada pela Madras Editora.

Enfim: a Umbanda tem história e ela está devidamente registrada.

edconhecimento.com.br










segunda-feira, 25 de julho de 2016

SARAVÁ PAI ERNESTO

No dia 20 de julho Pai Ernesto Antonio Scazzioti foi para o outro lado da vida, aos 92 anos.
Uma grande alma humilde que muito amava a Umbanda. Fazia um trabalho simples, pés no chão, mas muito eficiente.
Com ele dei os meus primeiros passos na Umbanda.
Muitas vezes compartilhamos o mesmo cachimbo na sala dos professores do Colégio XII de Outubro.
Com certeza foi bem recebido e acolhido pelo Astral por seus méritos na prática da caridade e pela sua bondade. Saravá meu pai.
Que os Orixás, guias e protetores lhe iluminem na nova caminhada espiritual.



quarta-feira, 20 de julho de 2016

VISITA À CASA DE CHICO XAVIER EM UBERABA


Fotos registradas no quarto dele com alguns de seus objetos pessoais. Uma grande emoção pisar no solo em que ele pisou.Uma foto com Eurípedes, filho adotivo do Chico.Casa e acervo muito bem preservados.