Diamantino Fernandes Trindade
Desde que assumi, em 1986, o compromisso de resgatar a História da Umbanda, venho buscando por este Brasil afora, documentos para que a memória da nossa querida religião não seja corroída pelo esquecimento. Chegou às minhas mãos um lote de cinco números 79 de Umbanda em Revista: 79, 80, 82, 84 e 87 que foram agregados ao nosso acervo documental da Umbanda que já conta com o número 117.
Quero registrar a minha homenagem ao irmão Demétrio Domingues, presidente da Associação Paulista de Umbanda, desencarnado em 2007, que por treze anos publicou esse importante veiculo de divulgação, com periodicidade mensal, onde divulgava os principais eventos umbandistas brasileiros, além de possibilitar que outros irmãos pudessem se manifestar por meio de suas matérias.
Sobre Demétrio, Ronaldo Linares falou:
Demétrio Domingues foi meu companheiro de microfone por vários anos em meus programas: Umbanda em Marcha; Ronaldo fala de Umbanda; Momento de Prece.
Esteve comigo em meu programa da TV Bandeirantes (Programa Xênia Bier) e também na TV Gazeta.
E sempre tinha algo construtivo, positivo e com muito entusiasmo para estimular a família umbandista.
O grande cacique foi a alavanca mestra da Criação do Superior Órgão de Umbanda do Estado de São Paulo. Foi dele a idéia de juntar as Federações então existentes, em uma instituição idônea, que pudesse cuidar da Umbanda Paulista. Foi ele que convenceu o então coronel Nelson Braga Moreira a assumir o comando do SOUESP.
Foi por suas mãos que me aproximei do SOUESP e, posteriormente fui nomeado pelo já então, Coronel Nelson Braga Moreira, porta-voz oficial do Superior Órgão de Umbanda do Estado de São Paulo.
Lembro ainda que a convite de Demétrio e do General Nelson Braga Moreira, recebi a incumbência de criar uma organização federativa no ABC paulista, foi assim que nasceu a Federação Umbandista do Grande ABC, organização que era um pouco “filha” de Demétrio.
O primeiro número de Umbanda em Revista foi publicado em abril de 1975 e trazia na capa a imagem de Jesus. Em março de 1982 foi publicado o número 84 comemorando os sete anos do periódico. No editorial Demétrio escreveu:
Amigos umbandistas, companheiros dese Exército Branco de Oxalá, o nosso sincero saravá.
Aqui estamos com mais um número de Umbanda em Revista, mais precisamente o número 84 o que totaliza 7 anos de circulação de nossa revista.
Foram 84 meses que a nossa revista esteve em suas mãos, sem falhar um mes sequer. Isto nos dá uma pontualidade britânica e nos envaidece, pois demonstra bem alto o espírito de luta de todos aqueles que fazem esta revista.
Não vamos nos detalhar em nossa revista, pois que outras páginas estarão mostrando o nosso trabalho feito para a divulgação da nossa querida Umbanda, vamos isto sim agradecer aqui em nosso editorial a todos aqueles que uma forma ou de outra nos deram sua colaboração para que o nosso sétimo aniversário pudesse ser uma realidade.
A Umbanda do Estado de São Paulo caminha a passos largos e estamos em plena evolução na sua organização, ainda este mes estaremos através do Superior Orgão de Umbanda e suas entidades federativas, promovendo o Terceiro Congresso Paulista de Umbanda, um evento que servirá para encerrar com chave de ouro as festividades comemorativas do Vigésimo Aniversário do Superior Orgão de Umbanda do Estado de São Paulo. Foi uma luta de heróis em trazer este orgão durante todos estes anos, e as mãos habilidosas de seus presidentes fizeram com que este orgão – o único em todo o Brasil – pudesse ser uma realidade. Como presidentes o orgão teve: Genral Nelson Braga Moreira, Dr. Estevão montebello, Jamil Rachid, Olinto marcos e agora está nas mãos deste jovem e batalhador da Umbanda que é o Dr. Sérgio Celeste. Foram estes homens que souberam dar um cunho especial no trato de todos os presidentes de federações filiadas para fazer com que chega-se ao ponto de ter 16 entidades federativas congregadas a este orgão.
Mas não é só o Terceiro Congresso, nem tampouco o Superior Orgão de Umbanda que fazem a Umbanda crescer no Estado de São Paulo, são outros setores que embora estejam ligados diretamente ao orgão também fazem a Umbanda e se organizar, um destes setores é a Federação Umbandista do Grande ABC, filiada ao orgão que conseguiu através de seu presidente Ronaldo Linares movimentar toda a Prefeitura de Santo Andrá e através de seu Prefeito Dr. Lincoln Grillo e a participação efetiva de Luiz Gambeta Sarmento, fazer com que a Umbanda ganhasse uma área de 300 mil metros quadrados de florestas, cachoeiras, pedreiras e tudo que é necessário para a prática do nosso ritual dentro das matas. Este local fica no Parque Pedroso em Santo andrá e já foi inaugurado o primeiro SANTUÁRIO NACIONAL DA UMBANDA, ali uma pleiade de homens dedicados a Umbanda conjuntamente com elementos da Prefeitura de Santo Andrá estão dando desde já um local para a prática da Umbanda do mais alto nível. O Santuário Nacional da Umbanda começa a ganhar forma e já está delineado um conselho que dirigirá este patrimônio da Umbanda, que é um marco da história da Umbanda em todo Brasil.
Outro marco também acaba de ser concretizado através da União de Tendas Espiritas de Umbanda e Candomblé do Estado de São Paulo que tem a sua frente esta notável figura que é Jamil Rachid. A União acaba de receber uma área de terreno no Paraguai para implantar a Umbanda naquele país e já está formada a União de Tendas de Umbanda do Paraguai, onde terá a supervisão da União de Tendas de Umbanda e Candomblé do Estado de São Paulo.
Amigos aí estão as novas, você nosso estimado leitor ou leitora está vendo como se trabalha para que esta Umbanda possa se organizar.
Na edição 82 o Dr. Adalberto Pernambuco escreveu uma interessante matéria sobre o o marafo:
Marafo ou Marafa, corruptela de Malafa, é uma palavra de origem Kikongo, oriunda de Malavu, designativa da aguardente pura ou da infusão nesta de ervas maceradas, muito utilizada na Umbanda pelos Pretos Velhos e, principalmente, Exus, quer pela ingestão, quer pela distribuição entre os assistentes.
É um material dotado de grande força no campo da Magia, eis que simboliza a mais perfeita ligação entre os dois elementos essencialmente antagônicos: água e fogo por paradoxal possa isto parecer, e concedendo-lhe, a combustão, uma vitalidade hermética. Daí a propriedade com que os italianos a denominam Acqua vita, ou seja, água viva.
Seu poder magnético decorre exatamente desta conjugação de opostos, incomumente encontrada, o que torna assas perigoso o seu uso pelos não iniciados.
Sua ingestão ritualística deve ser feita de molde a não conduzir à embriagues, restringindo-se às giras de Exus e aos trabalhos de Pretos Velhos. Nas engiras das demais entidades, seu uso é limitado apenas às descargas e limpezas.
Destarte, um controle rigoroso e efetivo deve ser exercido pelos cambonos no tocante à quaantidade de bebida ingerida por um guia, isto se considerarmos que uma grande porção levar-nos-á, incontinentemente a duas conclusões óbvias:
a) encontra-se ali um quiumba, sedento de álcool; ou
b) um médium alcoólatra mistifica para satisfazer seu vício.
Baseamos nossa assertiva no fato de que, dentro da Magia Prática o álcool é considerado – bem como todos os excitantes – um dos mais preciosos agentes de que o homem dispõe e, sem contraposição, um dos apresenta maior risco, quando impropriamente utilizado.
Seu emprego, sob a forma de aguardente, se caracteriza por uma ação assás rápida, de pouca profundidade e com duração efêmera.
O principal efeito decorrente de sua ingestão é a grande quantidade de força reversa que libera, proporcionando o ativamento do centro intelectual e predispondo o ingestor à recepção de intuições e vibrações que que lhe passam pelo cérebro em quantidade e número surpreendentes dada a rapidez com que se extinguesua ação energética.
Assim, a eficácia da aguardente se exerce por um lapso de tempo relativamente curto e – isto é o mais importante – nunca se lhe deve recorrer em uma segunda vez no período, exigindo-se repouso de pelo menos duas horas de sono a quem a usou com estes fins específicos, para que as forças despendidas sejam integralmente refeitas.
E este é o maior risco que o álcool proporciona na sua utilização em fins de Magia. Entidades pouco evoluídas, observando ou mesmo conhecedoras de seus efeitos positivos na transmissão das mensagens, mercê da vibração intensa que oferece, induzem o médium a repetir a dose tornando pernicioso o efeito pois, não atingindo o mesmo elevado grau anteriormente obtido, buscam atingí-lo aumentando a dose e fazendo o aparelho parar, destarte, com longas horas de embrutecimento os poucos minutos de exaltação iniciais.
Ora, evidente se torna que indução desta natureza jamais possa partir de uma entidade de Luz, face aos danos produzidos pelo excesso nos corpos físico e etérico do médium e este é o principal argumento que nos leva a sustentar as duas opções já apontadas: quiumbas e mistificação.
O número 117 apresenta uma reportagem relativa ao Sexto Encontro de Chefes de Terreiro realizado pela Associação Paulista de Umbanda em 1985. Nesse evento Diamantino Fernandes Trindade representou a Federação Umbandista do Grande ABC e proferiu palestra sobre as origens da Umbanda no Brasil.
Umbanda em Revista circulou, com distribuição gratuita, até 1985. Em abril desse ano, Demétrio Domingues uniu forças com o conceituado editor Bartolo Fittipaldi e a DINAP (Distribuidora Nacional de Publicações - Empresa do Grupo Abril) para lançar a Revista Umbanda Verdade que era uma versão ampliada e melhor elaborada de Umbanda em Revista. Infelizmente teve vida curta.
terça-feira, 17 de novembro de 2009
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
MANUAL DO MÉDIUM DE UMBANDA
A Editora Suprema Cultura lançou hoje, o tão esperado, livro "Manual do Médium de Umbanda", de autoria de Diamantino Fernandes Trindade (Mestre Hanamatan).
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
PARE DE MENDIGAR!
“Pare de pedir! Pare de mendigar! Você é um Ser Divino e não deve mendigar por nada! Deve, sim, reivindicar, afirmar, ordenar, comandar, direcionar e utilizar seu Poder Pessoal para suas conquistas! Tudo você pode! Modifique sua postura! É desta forma que Nós fazemos!”
Mentores Espirituais de Tânia Resende
Anima Mundhi
Mentores Espirituais de Tânia Resende
Anima Mundhi
MIRONGA PARA ABRIR CAMINHOS
Extraido do livro "Manual do Médium de Umbanda", de Diamantino Fernandes Trindade, publicado pela Editora Suprema Cultura.
Material
3 cocadas pretas
1 cumbuca pequena de barro
1 quartinha pequena de barro
1 prato pequeno de barro
8 moedas de 1 real
1 vela branca, 1 vela preta e 1 vela vermelha
1 pedaço de pano vermelho cortado na forma de quadrado
mel
1 garrafa de cachaça
Procedimento
Levar o material em uma encruzilhada de terra
Fazer a saudação e pedir permissão para o Exu dono daquela encruzilhada
Em cima do pano colocar a cumbuca com mel no lado esquerdo. No meio, colocar as cocadas no prato. No lado direito colocar a quartinha com cachaça.
Em cima, fora do pano, acender as 3 velas formando um triangulo eqüilátero.
Passar as moedas no corpo e pedir para Exu abrir os seus caminhos. Colocar as moedas no pano: 2 em cima, 2 em baixo, 2 no lado esquerdo e 2 no lado direito.
Derramar o restante do mel e da cachaça em volta da oferenda.
Fazer a saudação e agradecer a Exu pelo trabalho.
Material
3 cocadas pretas
1 cumbuca pequena de barro
1 quartinha pequena de barro
1 prato pequeno de barro
8 moedas de 1 real
1 vela branca, 1 vela preta e 1 vela vermelha
1 pedaço de pano vermelho cortado na forma de quadrado
mel
1 garrafa de cachaça
Procedimento
Levar o material em uma encruzilhada de terra
Fazer a saudação e pedir permissão para o Exu dono daquela encruzilhada
Em cima do pano colocar a cumbuca com mel no lado esquerdo. No meio, colocar as cocadas no prato. No lado direito colocar a quartinha com cachaça.
Em cima, fora do pano, acender as 3 velas formando um triangulo eqüilátero.
Passar as moedas no corpo e pedir para Exu abrir os seus caminhos. Colocar as moedas no pano: 2 em cima, 2 em baixo, 2 no lado esquerdo e 2 no lado direito.
Derramar o restante do mel e da cachaça em volta da oferenda.
Fazer a saudação e agradecer a Exu pelo trabalho.
O USO RITUALÍSTICO DAS VELAS
Texto extraído do livro "Manual do Médium de Umbanda", de Diamantino Fernandes Trindade, publicado pela Editora Suprema Cultura.
Desde tempos imemoriais, as velas tem sido fonte de luz e símbolo de conforto para o ser humano. Em função da sua importância, o uso das velas acabou cercado de mitos e lendas.
Utilizamos as velas apenas para simbolizar nossa magia por meio de suas chamas. O fogo é o símbolo do plano mental e da atividade. O ato de acender a vela para uma Entidade é a forma de ativar seu pedido e levá-lo para o plano etéreo.
Daí a razão de usarmos as velas na magia. Esta prática tem como objetivo ativar, manter vivo, simbolizar o elo de ligação de nossos pensamentos e desejos com o mundo astral. Na chama de uma vela, todas as forças da natureza são ativadas. A vela queimando é uma forma de ligação com um Ser Superior. As velas têm a função de agentes focalizadores mentais e são eficientes na concentração ou mentalização.
O uso das velas nos rituais religiosos começou quando o homem primitivo percebeu que era possível iluminar as suas cavernas. Com a sua moradia iluminada, era possível agradecer aos céus por uma boa caçada ou uma colheita farta, e até mesmo pedir auxílio, bênção ou perdão. A chama brilhando no escuro da caverna significava a própria presença de Deus.
Simbolicamente, a luz sempre representou o poder do bem para a humanidade. Nos antigos mistérios da antiguidade clássica, simbolizava a sabedoria e iluminação. A chama da vela era associada à alma imortal brilhando nas trevas do mundo. Destas crenças surgiu a prática de utilizar as velas como ritual mágico.
O uso das velas comuns, geralmente brancas, nos rituais da Umbanda é proveniente da herança que recebemos da Igreja Católica, visto que os altares católicos sempre foram iluminados por velas, destacando-se as velas de cera.
Com a popularização das Sete Linhas de Umbanda e as cores associadas aos Orixás, ocorreu uma rápida procura das velas coloridas. Este fato surgiu como uma deturpação do ritual original da Umbanda, pois na Tenda Nossa Senhora da Piedade, a primeira Tenda de Umbanda, sempre foram usadas apenas velas brancas.
Velas utilizadas para o culto aos Orixás e Entidades Espirituais
Oxalá: Vela branca. Utilizada para pedidos de ordem geral.
Inhaçã: Vela amarela. Utilizada para fazer pedidos de negócios e problemas financeiros.
Ibeji: Vela azul ou cor de rosa. Utilizada para fazer pedidos para a saúde, proteção de crianças e harmonização.
Yemanjá: Vela azul. Utilizada para fazer pedidos para gravidez, harmonia no lar e proteção dos filhos.
Oxum: Vela azul ou amarela. Utilizada para fazer pedidos para problemas sentimentais, harmonia no lar e proteção dos filhos.
Oxóssi: Vela verde. Utilizada para fazer pedidos para saúde e abertura de caminhos.
Ogum: Vela vermelha. Utilizada para fazer pedidos para situações difíceis, demandas, proteção pessoal contra os inimigos.
Xangô: Vela marrom. Utilizada para fazer pedidos para justiça, negócios onde haja desonestidade, apaziguar o mau gênio das pessoas, tolerância, paciência etc.
Nanã Buruquê: Vela roxa. Utilizada para fazer pedidos para abertura de caminhos, paciência, persistência etc.
Obaluaiê: Vela branca ou preta e branca. Utilizada para fazer pedidos de saúde.
Pretos-Velhos: Vela branca ou preta e branca. Utilizada para fazer pedidos de ordem geral, desde que não causem prejuízos a outras pessoas.
Baianos: Vela branca ou amarela. Utilizada para fazer pedidos para abertura de caminhos, negócios difíceis, desentendimentos em geral.
Boiadeiros: Vela branca. Utilizada para descarregos.
Marinheiros: Vela branca ou azul. Utilizada para curas espirituais.
Ciganos: Velas coloridas. Utilizadas para fazer pedidos para bem estar pessoal e social, sentimental, saúde, equilíbrios mentais, físicos e espirituais.
Caboclos: Vela branca. Utilizada para pedidos de saúde e problemas pessoais.
Crianças: Idem a Ibeji.
Kaô do Oriente[1]: Vela cor de rosa. Utilizada para fazer pedidos para doenças, principalmente da cabeça. Esta vela deve ser acesa dentro de um triângulo eqüilátero riscado na terra ou riscado no chão, com pemba branca.
Exus e Pombas-Gira: Vela branca ou preta e vermelha. Utilizada para corte de demandas e abertura dos caminhos materiais.
Almas perturbadas: Vela branca. Deve ser acesa numa igreja, terreiro, capela ou cruzeiro das almas e nunca em casa.
Quando acendemos uma vela para determinado Orixá ou Entidade espiritual é necessário fazê-lo com bastante firmeza e confiança, orando e concentrando-se no pedido que será feito.
Logo após o pedido, agradeça pelo que vai receber.
[1] Sincretizado com São João Batista.
Desde tempos imemoriais, as velas tem sido fonte de luz e símbolo de conforto para o ser humano. Em função da sua importância, o uso das velas acabou cercado de mitos e lendas.
Utilizamos as velas apenas para simbolizar nossa magia por meio de suas chamas. O fogo é o símbolo do plano mental e da atividade. O ato de acender a vela para uma Entidade é a forma de ativar seu pedido e levá-lo para o plano etéreo.
Daí a razão de usarmos as velas na magia. Esta prática tem como objetivo ativar, manter vivo, simbolizar o elo de ligação de nossos pensamentos e desejos com o mundo astral. Na chama de uma vela, todas as forças da natureza são ativadas. A vela queimando é uma forma de ligação com um Ser Superior. As velas têm a função de agentes focalizadores mentais e são eficientes na concentração ou mentalização.
O uso das velas nos rituais religiosos começou quando o homem primitivo percebeu que era possível iluminar as suas cavernas. Com a sua moradia iluminada, era possível agradecer aos céus por uma boa caçada ou uma colheita farta, e até mesmo pedir auxílio, bênção ou perdão. A chama brilhando no escuro da caverna significava a própria presença de Deus.
Simbolicamente, a luz sempre representou o poder do bem para a humanidade. Nos antigos mistérios da antiguidade clássica, simbolizava a sabedoria e iluminação. A chama da vela era associada à alma imortal brilhando nas trevas do mundo. Destas crenças surgiu a prática de utilizar as velas como ritual mágico.
O uso das velas comuns, geralmente brancas, nos rituais da Umbanda é proveniente da herança que recebemos da Igreja Católica, visto que os altares católicos sempre foram iluminados por velas, destacando-se as velas de cera.
Com a popularização das Sete Linhas de Umbanda e as cores associadas aos Orixás, ocorreu uma rápida procura das velas coloridas. Este fato surgiu como uma deturpação do ritual original da Umbanda, pois na Tenda Nossa Senhora da Piedade, a primeira Tenda de Umbanda, sempre foram usadas apenas velas brancas.
Velas utilizadas para o culto aos Orixás e Entidades Espirituais
Oxalá: Vela branca. Utilizada para pedidos de ordem geral.
Inhaçã: Vela amarela. Utilizada para fazer pedidos de negócios e problemas financeiros.
Ibeji: Vela azul ou cor de rosa. Utilizada para fazer pedidos para a saúde, proteção de crianças e harmonização.
Yemanjá: Vela azul. Utilizada para fazer pedidos para gravidez, harmonia no lar e proteção dos filhos.
Oxum: Vela azul ou amarela. Utilizada para fazer pedidos para problemas sentimentais, harmonia no lar e proteção dos filhos.
Oxóssi: Vela verde. Utilizada para fazer pedidos para saúde e abertura de caminhos.
Ogum: Vela vermelha. Utilizada para fazer pedidos para situações difíceis, demandas, proteção pessoal contra os inimigos.
Xangô: Vela marrom. Utilizada para fazer pedidos para justiça, negócios onde haja desonestidade, apaziguar o mau gênio das pessoas, tolerância, paciência etc.
Nanã Buruquê: Vela roxa. Utilizada para fazer pedidos para abertura de caminhos, paciência, persistência etc.
Obaluaiê: Vela branca ou preta e branca. Utilizada para fazer pedidos de saúde.
Pretos-Velhos: Vela branca ou preta e branca. Utilizada para fazer pedidos de ordem geral, desde que não causem prejuízos a outras pessoas.
Baianos: Vela branca ou amarela. Utilizada para fazer pedidos para abertura de caminhos, negócios difíceis, desentendimentos em geral.
Boiadeiros: Vela branca. Utilizada para descarregos.
Marinheiros: Vela branca ou azul. Utilizada para curas espirituais.
Ciganos: Velas coloridas. Utilizadas para fazer pedidos para bem estar pessoal e social, sentimental, saúde, equilíbrios mentais, físicos e espirituais.
Caboclos: Vela branca. Utilizada para pedidos de saúde e problemas pessoais.
Crianças: Idem a Ibeji.
Kaô do Oriente[1]: Vela cor de rosa. Utilizada para fazer pedidos para doenças, principalmente da cabeça. Esta vela deve ser acesa dentro de um triângulo eqüilátero riscado na terra ou riscado no chão, com pemba branca.
Exus e Pombas-Gira: Vela branca ou preta e vermelha. Utilizada para corte de demandas e abertura dos caminhos materiais.
Almas perturbadas: Vela branca. Deve ser acesa numa igreja, terreiro, capela ou cruzeiro das almas e nunca em casa.
Quando acendemos uma vela para determinado Orixá ou Entidade espiritual é necessário fazê-lo com bastante firmeza e confiança, orando e concentrando-se no pedido que será feito.
Logo após o pedido, agradeça pelo que vai receber.
[1] Sincretizado com São João Batista.
MIRONGAS PARA ATRAIR DINHEIRO
Extraido do livro "Manual do Médium de Umbanda", de Diamantino Fernandes Trindade, publicado pela Editora Suprema Cultura.
“Nenhum trabalho para atrair dinheiro surtirá efeito
se você gastar mais do que ganha”.
Apresento duas mirongas para atrair dinheiro:
1) Em um pequeno imã grudar uma moeda de R$1,00, e colocar este agregado em um saquinho de pano azul escuro, pingar algumas gotas do perfume favorito, logo após pedir para o Exu de sua afinidade abrir caminho material, pedindo que as moedas se multipliquem.
2) As mãos que seguram a moeda
Material necessário
Duas folhas de papel sulfite branco
Um lápis ou caneta
Uma moeda de um real
Um pequeno pedaço de veludo vermelho
Procedimento
Coloque a sua mão esquerda, com os dedos bem abertos, em uma das folhas de papel.
Com o lápis, ou caneta, faça o contorno da mão. Recorte o desenho com uma tesoura.
Repita a operação para a mão direita.
Coloque a moeda em uma das mãos desenhadas e a outra mão desenhada em cima da moeda.
Faça um pequeno embrulho e coloque num saquinho de veludo vermelho.
Mantenha sempre este patuá junto de você.
domingo, 11 de outubro de 2009
A SENHORA DA LUZ VELADA
MATTA E SILVA CANTA PONTOS DE UMBANDA
No site http://povodearuanda.ning.com
é possível ouvir 22 pontos cantados por W. W. da Matta e Silva.
é possível ouvir 22 pontos cantados por W. W. da Matta e Silva.
INICIAÇÃO À UMBANDA
D. O. LEITURA
ZÉLIO DE MORAES POLÍTICO
Edenilson Francisco e Renato Henrique Guimarães Dias, resgataram um aspecto da vida profícua de Zélio de Moraes que não se dedicava apenas à Umbanda. Como era norma não receber recompensa pelo bem distribuído, dedicava-se às atividades profissionais normais, assumindo os negócios de seu pai, e fez uma incursão na política, elegendo-se vereador em 18-05-1924 e empossado em 10 de junho seguinte. Foi reeleito para um segundo mandato em 10-04-1927, empossado no dia 30 seguinte e escolhido por seus pares, na mesma data, para secretário do Legislativo gonçalense. Após cumprir o mandato de três anos, afastou-se da política.
A imagem mostra a matéria do jornal A Gazeta de São Gonçalo sobre os candidatos do partido governista para as eleições municipais de 1929.
Agradecemos o envio da imagem ao irmão Alex de Oxossi.
A imagem mostra a matéria do jornal A Gazeta de São Gonçalo sobre os candidatos do partido governista para as eleições municipais de 1929.
Agradecemos o envio da imagem ao irmão Alex de Oxossi.
TENDA ESPIRITA SÃO JORGE
sábado, 10 de outubro de 2009
FEITIÇOS, MACUMBINHAS E MIRONGAS
Atividades da Cabana de Pai Benguela.
GIRAS DE ATENDIMENTO PÚBLICO
Primeira e terceira quintas-feiras do mês, às 20:30 h
II WORKSHOP
FEITIÇOS, MACUMBINHAS E MIRONGAS
Objetivos: Aprender a usar feitiços, mirongas, macumbinhas, orações, simpatias, benzimentos, banhos, defumações, descarregos, trabalhos para: abrir caminhos, afastar obsessores, cortar demandas, contra perseguições etc. São práticas que aprendemos ao longo da nossa vida e que, comprovadamente, se mostraram eficientes.
O workshop será ministrado por Assipu Shaphyra, em duas noites com aulas teóricas e práticas
Quartas-feiras – 20:30 h
Datas: 14 e 21 de outubro
Valor: 50,00 (incluído livro, apostila e certificado)
Inscrições pelo telefone: 9916-0317 ou pelo e-mail
hanamatan@yahoo.com.br
Rua Salvador Simões, 1058
Próximo a Estação do Metrô Alto do Ipiranga
GIRAS DE ATENDIMENTO PÚBLICO
Primeira e terceira quintas-feiras do mês, às 20:30 h
II WORKSHOP
FEITIÇOS, MACUMBINHAS E MIRONGAS
Objetivos: Aprender a usar feitiços, mirongas, macumbinhas, orações, simpatias, benzimentos, banhos, defumações, descarregos, trabalhos para: abrir caminhos, afastar obsessores, cortar demandas, contra perseguições etc. São práticas que aprendemos ao longo da nossa vida e que, comprovadamente, se mostraram eficientes.
O workshop será ministrado por Assipu Shaphyra, em duas noites com aulas teóricas e práticas
Quartas-feiras – 20:30 h
Datas: 14 e 21 de outubro
Valor: 50,00 (incluído livro, apostila e certificado)
Inscrições pelo telefone: 9916-0317 ou pelo e-mail
hanamatan@yahoo.com.br
Rua Salvador Simões, 1058
Próximo a Estação do Metrô Alto do Ipiranga
GUAN YU: LEALDADE E HONRA PERSONIFICADAS
Cada Homem Serve o seu mestre, Não o persigam. Cao Cao, dando ordens aos seus soldados para não perseguirem Guan Yu.
Guan Yu (162-219 d.C.), mais conhecido como Kwan Kung, é um general militar sobre o comando do senhor da Guerra Liu Bei, durante a Dinastia Han e do Periodo dos Trés Reinos da China Antiga. Dono de uma proeminencia marcial extraordinaria, Guan Yu assumiu natural protagonismo na guerra civil que levou ao colapso da Dinastia Han e do estabelecimento do Reino de Shu-Han, do qual Liu Bei foi Imperador.
É uma das figuras historicas Chinesas mais conhecidas na Asia Oriental, e á volta da sua vida está elaborada uma serie de mitos, das quais a maior parte se encontra no romance Historico “Romance dos Trés Reinos”.
Guan Yu é tradicionalmente retratado como um guerreiro de face vermelha com uma longa barba. Embora a barba seja um elemento que consta nas Cronicas dos Trés Reinos (outra obra historica do periodo), a sua face vermelha provavelmente advem das peças de teatro em que o personagem é retratado, sendo um simbolo de Rectidão e Lealdade, caracteristicas pelos quais Guan Yu é relembrado e divinizado. De acordo com a lenda, a sua arma é uma alabarda chamada “Lamina Crescente do Dragão Verde” e pesaria 41 kilos.
Guan Yu é conhecido por varias façanhas e momentos. O momento em que faz o juramento com Liu Bei e Zhang Fei para que se tornassem Irmãos para unificar a terra. As batalhas que travou contra a Rebelião dos Turbantes Amarelos. O Duelo de Guan Yu, Zhang Fei e Liu Bei contra Lu Bu, o mais poderoso guerreiro da Terra. O momento em que Guan Yu volta para o serviço de Liu Bei. Todos momentos extraordinarios que ficariam na historia e imaginario do Oriente.
Para os Budistas, Guan Yu é um Bodhisattva, alguem que ajuda as pessoas a atingirem o Nirvana, uma divindade Guardiã para os Taoistas e uma divindade Chinesa de Rectidão, Honra e Força. Em certas lendas Taoistas, Guan Yu é retratato como um Deus que enfrenta e derrota o Deus da Guerra Chi You. Para os Budistas, Guan Yu assume-se como o Guardião dos Templos e da Ordem Natural.
Guan Yu seria executado por Sun Quan, que enviaria a sua cabeça para Cao Cao, numa tentativa de colocar as culpas no Imperador de Wei. Guan Yu foi sepultado com todas as honras.
É uma entidade cultuada na Santeria China e querida por todos os chineses taoístas e budistas do mundo. É um espírito muito forte e gentil. Extremamente justo e ético.
Tradicionalmente, oferecemos ao General Guan vela vermelha e bebidas fortes.
Guan Yu (162-219 d.C.), mais conhecido como Kwan Kung, é um general militar sobre o comando do senhor da Guerra Liu Bei, durante a Dinastia Han e do Periodo dos Trés Reinos da China Antiga. Dono de uma proeminencia marcial extraordinaria, Guan Yu assumiu natural protagonismo na guerra civil que levou ao colapso da Dinastia Han e do estabelecimento do Reino de Shu-Han, do qual Liu Bei foi Imperador.
É uma das figuras historicas Chinesas mais conhecidas na Asia Oriental, e á volta da sua vida está elaborada uma serie de mitos, das quais a maior parte se encontra no romance Historico “Romance dos Trés Reinos”.
Guan Yu é tradicionalmente retratado como um guerreiro de face vermelha com uma longa barba. Embora a barba seja um elemento que consta nas Cronicas dos Trés Reinos (outra obra historica do periodo), a sua face vermelha provavelmente advem das peças de teatro em que o personagem é retratado, sendo um simbolo de Rectidão e Lealdade, caracteristicas pelos quais Guan Yu é relembrado e divinizado. De acordo com a lenda, a sua arma é uma alabarda chamada “Lamina Crescente do Dragão Verde” e pesaria 41 kilos.
Guan Yu é conhecido por varias façanhas e momentos. O momento em que faz o juramento com Liu Bei e Zhang Fei para que se tornassem Irmãos para unificar a terra. As batalhas que travou contra a Rebelião dos Turbantes Amarelos. O Duelo de Guan Yu, Zhang Fei e Liu Bei contra Lu Bu, o mais poderoso guerreiro da Terra. O momento em que Guan Yu volta para o serviço de Liu Bei. Todos momentos extraordinarios que ficariam na historia e imaginario do Oriente.
Para os Budistas, Guan Yu é um Bodhisattva, alguem que ajuda as pessoas a atingirem o Nirvana, uma divindade Guardiã para os Taoistas e uma divindade Chinesa de Rectidão, Honra e Força. Em certas lendas Taoistas, Guan Yu é retratato como um Deus que enfrenta e derrota o Deus da Guerra Chi You. Para os Budistas, Guan Yu assume-se como o Guardião dos Templos e da Ordem Natural.
Guan Yu seria executado por Sun Quan, que enviaria a sua cabeça para Cao Cao, numa tentativa de colocar as culpas no Imperador de Wei. Guan Yu foi sepultado com todas as honras.
É uma entidade cultuada na Santeria China e querida por todos os chineses taoístas e budistas do mundo. É um espírito muito forte e gentil. Extremamente justo e ético.
Tradicionalmente, oferecemos ao General Guan vela vermelha e bebidas fortes.
terça-feira, 29 de setembro de 2009
sábado, 26 de setembro de 2009

Diamantino Fernandes Trindade
Leopoldo Bettiol escreveu diversas obras sobre a Umbanda no Rio Grande do Sul. O Batuque na Umbanda, de 1963, publicada pela Editora Aurora, é a mais conhecida de todas. Nesta obra o autor faz uma abordagem sobre a etnia negra e a sistematização dos mitos e crenças e evolução do culto no Rio Grande do Sul, abordando as influências bantu e yorubá na Umbanda Gaúcha. Um rebuscado vocabulário de africanismos Jexá-Jêge-Oyó enriquece a obra mostrando a linguagem ritual dos "batuqueiros" gaúchos. O termo Batuque designa uma Religião Afro-brasileira de culto aos Orixás encontrada principalmente no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, de onde se estendeu para os países vizinhos tais como Uruguai e Argentina, que influenciou os ritos de Umbanda gaúchos. É fruto de religiões dos povos da Costa da Guiné e da Nigéria, com as nações Jêje, Ijexá, Oyó, Cabinda e Nagô.
Este é um livro raro e pode ser encontrado em sebos. Outras obras importantes do autor são: A Umbanda Perante a Crítica e ABC de Umbanda.
Leopoldo Bettiol teve papel de destaque na organização do Segundo Congresso Nacional da Umbanda, realizado em 1961 no Rio de Janeiro, juntamente com Oswaldo Santos Lima e Dr. Armando Cavalcanti Bandeira.
Este é um livro raro e pode ser encontrado em sebos. Outras obras importantes do autor são: A Umbanda Perante a Crítica e ABC de Umbanda.
Leopoldo Bettiol teve papel de destaque na organização do Segundo Congresso Nacional da Umbanda, realizado em 1961 no Rio de Janeiro, juntamente com Oswaldo Santos Lima e Dr. Armando Cavalcanti Bandeira.
REVISTA UMBANDA: ORIGENS E RITUAIS

Diamantino Fernandes Trindade
Em 1995 a Editora Pen, de São Paulo, lançou a revista Umbanda: origens e rituais, redigida por Brasão de Freitas. No seu primeiro número, o periódico trazia como tema Os Sete Orixás e a Criação do Universo, com os seguintes capítulos: Os Caminhos da Umbanda, A Gênese do Universo segundo a Umbanda, A Evolução segundo a Umbanda, As Correntes da Umbanda, A Religião de Umbanda e Os Orixás.
Apesar de bem escrita e de leitura agradável, o projeto não passou do primeiro número.
Apesar de bem escrita e de leitura agradável, o projeto não passou do primeiro número.
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
O USO DOS PONTEIROS NOS RITUAIS DE UMBANDA
Diamantino Fernandes Trindade
Todos os tratados de magia fazem referência às pontas de aço como um dos meios mais eficazes de se desenvolver certas cargas ou aglomerações de larvas, maus fluídos e miasmas.
Os antigos iniciados usavam nas suas operações mágicas a espada e as pontas de aço, assim como atualmente se usa os ponteiros (punhal) nos trabalhos da Umbanda, pois a ação das pontas de aço, isto é, da espada e dos ponteiros em certos trabalhos de magia nada mais fazem do que faz um pára-raios em dias de trovoada.
Ponteiro é qualquer instrumento pontiagudo, de aço, punhal, espada ou pequena lança, utilizado em diversos rituais umbandistas. Em função do poder que tem o aço de captar as forças vivas da natureza, inclusive os fenômenos atmosféricos[1], o ponteiro representa a atração das forças espirituais, tal como um imã utilizado como força criadora de energia elétrica.
Quando fincado, ele firma a magia, ou seja, firma o ponto. Sendo o ponteiro imantado, capta as forças necessárias para o fechamento de um ponto nos trabalhos mágisticos.
Quando ele penetra na matéria física,[2] aprofunda-se nos planos etéreo e astral, alterando constantemente a matéria propiciando um campo eletromagnético que podem desestruturar larvas astrais. Funciona como se fosse um fio terra para algumas cargas ou então como captador de energias movimentadas em determinados locais.
[1] Um exemplo disso é o pára-raios.
[2] Geralmente a madeira.
Todos os tratados de magia fazem referência às pontas de aço como um dos meios mais eficazes de se desenvolver certas cargas ou aglomerações de larvas, maus fluídos e miasmas.
Os antigos iniciados usavam nas suas operações mágicas a espada e as pontas de aço, assim como atualmente se usa os ponteiros (punhal) nos trabalhos da Umbanda, pois a ação das pontas de aço, isto é, da espada e dos ponteiros em certos trabalhos de magia nada mais fazem do que faz um pára-raios em dias de trovoada.
Ponteiro é qualquer instrumento pontiagudo, de aço, punhal, espada ou pequena lança, utilizado em diversos rituais umbandistas. Em função do poder que tem o aço de captar as forças vivas da natureza, inclusive os fenômenos atmosféricos[1], o ponteiro representa a atração das forças espirituais, tal como um imã utilizado como força criadora de energia elétrica.
Quando fincado, ele firma a magia, ou seja, firma o ponto. Sendo o ponteiro imantado, capta as forças necessárias para o fechamento de um ponto nos trabalhos mágisticos.
Quando ele penetra na matéria física,[2] aprofunda-se nos planos etéreo e astral, alterando constantemente a matéria propiciando um campo eletromagnético que podem desestruturar larvas astrais. Funciona como se fosse um fio terra para algumas cargas ou então como captador de energias movimentadas em determinados locais.
[1] Um exemplo disso é o pára-raios.
[2] Geralmente a madeira.
terça-feira, 15 de setembro de 2009
ASPECTOS HISTÓRICOS SOBRE O HINO DA UMBANDA
Diamantino Fernandes Trindade
No meu livro Umbanda Brasileira: um século de história, publicado em 2008 pela Ícone Editora, fiz algumas considerações sobre a história do Hino da Umbanda a partir de algumas evidências colhidas na internet. Consultando o Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira obtive alguns detalhes sobre o autor, José Manuel Alves:
José Manuel Alves: Compositor. Instrumentista. Dos 12 aos 22 anos tocou clarineta na Banda Tangilense, [1] em sua cidade natal. Em 1929, veio para o Brasil, indo residir no interior do Estado de São Paulo. No mesmo ano, mudou-se para a capital paulista, ingressando na Banda da Força Pública, em que ocupou vários postos, aposentando-se como capitão.
Sua primeira composição gravada foi "Olha a alva", por Januário Pescuma e Arnaldo Pescuma com acompanhamento do Grupo X na RCA Victor. Em 1945, Osni Silva gravou na Continental, com acompanhamento da Banda da Força Pública de São Paulo, a marcha "Pela pátria", composta em parceria com Antônio Romeu. Em 1946, Ênio Santos gravou na Continental "Destino", parceria com Antônio Romeu. Em 1949, o xote "Schotish da vovó", composto em parceria com Mário Zan foi gravado pelo próprio Mário Zan. Em 1951, obteve seu primeiro grande sucesso, com a composição "Matuto", gravada pelo grupo Piratininga na Continental. Em 1952, sua toada "Farrapo humano", composta em parceria com Arlindo Pinto, foi gravada por Carlos Antunes. Em 1953, Zezinha gravou ao acordeon os dobrados "Ibirapuera", sua parceria com a própria Zezinha, e "Princesa Isabel". Em 1954, Esmeraldino do Banjo gravou o choro "Preguiçoso" e Carlos Gonzaga gravou a canção "Canção de Natal", de J. M. Alves e Palmeira. Em 1955, Juanita Cavalcanti gravou dele e Reinaldo Santos a marcha "Pombinha branca". Em 1956, as Irmãs Galvão gravaram o baião "Alecrim na beira d'água", dele e Antônio Rago, e Alberto Calçada gravou, ao acordeon, o "Mambo da sogra", de J. M. Alves e Messias Soares. Em 1957, realizou sua única gravação, acompanhado de sua Banda: gravou pela RCA Victor, de sua autoria, os dobrados "Craveiro Lopes" e "Domingo em festa". No mesmo ano, Zaccarias e sua Orquestra gravaram dele e Mário Zan o dobrado "Quarto centenário", seu maior sucesso. Em 1958, Alberto Calçada gravou seu maxixe "O matuto", a dupla Pininha e Verinha gravou o corrido "Meu cavalinho", de parceria com Lourdes Guimarães, Nilza Miranda gravou a valsa "Prece de Natal". Em 1959, as Irmãs Galvão gravaram o rasqueado "Vai saudade", a Banda Chantecler e Coro gravou, de sua autoria e Lourdes Guimarães, a marcha "Mulher brasileira" e Sid Biá gravou o bolero "Vida noturna", de J. M. Alves e Palmeira, e o samba canção "História de um boêmio", de J.M. Alves e Biá. Em 1960, Pirigoso gravou, de sua autoria e Mário Vieira, o arrasta-pé "Baile caipira", o tango "Saudade de alguém", também em parceria com Mário Vieira, e o maxixe "Antigamente era assim", parceria de J.M. Alves e Pirigoso, e as Irmãs Galvão gravaram, de sua parceria com Zacarias Mourão, o bolero "Triste abandono". Ao longo de sua carreira, compôs diversos pontos de umbanda e pontos de terreiro, gravados por diversos intérpretes. Em 1961, Otávio de Barros gravou o ponto de terreiro "Saravá Banda". Em 1962, a cantora Maria do Carmo gravou a curimba de Umbanda "Prece a Mamãe Oxum". Um de seus mais constantes parceiros foi o também produtor e cantor Palmeira, com quem compôs, dentre outras, a "Canção de Natal", a valsa "Mãe, rainha do lar", a marcha "Tomara que caia" e o samba "Não quero amar". Ainda em 1962, compôs com Luiz Gonzaga o baião "Matuto aperreado", gravado pelo próprio Luiz Gonzaga. Compôs valsas, xotes, dobrados, baiões, maxixes e outros gêneros musicais. Em 1971, Os Titulares do Ritmo gravaram, de sua autoria e Ariovaldo Pires, a marcha "Avante, bandeirante". Um de seus principais parceiros foi Ariovaldo Pires, o Capitão Furtado, com quem compôs, entre outras, o samba-maxixe "Volta ao passado", a canção "Se Deus me perdoasse", a valsa "Quando eu te disse adeus" e o maxixe "Enchendo lingüiça". Entre seus diversos intérpretes estão as Irmãs Galvão, Zezinha, Alberto Calçada e Mário Zan. Em 1972, Zé Cupido gravou "Oito baixos do João".
A cigana te enganou • Alecrim da beira d'água (c/ Antonio Rago) • Amuletos de Iaiá (c/ Ariovaldo Pires) • Antigamente era assim (c/ Pirigoso) • Avante bandeirante (c/ Ariovaldo Pires) • Baile caipira (c/ Mário Vieira) • Boca encarnada (c/ Ariovaldo Pires) • Cenário do Brasil (c/ Palmeira) • Coração magoado • Coroa da Jurema • Craveiro Lopes • Diabinha de saia (c/ Ariovaldo Pires) • Domingo em festa • Enchendo lingüiça (c/ Ariovaldo Pires) • Esquece (c/ Araripe Barbosa) • Farrapo humano (c/ Arlindo Pinto) • Festa de aniversário (c/ Ariovaldo Pires) • Fui feliz (c/ Araripe Barbosa) • Gostei dessa (c/ Maria Silva) • Hino da Umbanda • História de um boêmio (c/ Biá) • Homenagem à Mãe Menininha (c/ Ariovaldo Pires) • Ibirapuera (c/ Zezinha) • Linda pombinha (c/ Palmeira e Alfredo Corleto) • Mãe, rainha do lar (c/ Palmeira) • Mambo da sogra (c/ Messias Garcia) • Marcha do bandeirante (c/ Ariovaldo Pires) • Matuto aperreado (c/ Luiz Gonzaga) • Meu cavalinho (c/ Lourdes Guimarães) • Meu lindo país (c/ Ariovaldo Pires) • Mulher brasileira (c/ Lourdes Guimarães) • Não é nada (c/ Palmeira) • Não quero amar (c/ Palmeira) • O matuto • O Sol nasce para todos (c/ Ariovaldo Pires) • Olha a direita (c/ Palmeira) • Pão duro • Pierrô de antigamente • Pobre boêmio (c/ Cláudio de Barros) • Pombinha branca (c/ Reinaldo Santos) • Ponto de abertura (c/ Terezinha de Souza e Vera Dias) • Ponto dos caboclos • Prata da casa • Prece a Mamãe Oxum • Prece de Natal • Preguiçoso • Princesa Isabel • Quando eu te disse adeus (c/ Ariovaldo Pires) • Quarto centenário (c/ Mário Zan) • Rabo de arraia (c/ Zacarias Mourão) • Recife dos quatrocentos (c/ Ida Monge) • Santa do meu altar (c/ H. Junior) • São Jorge Guerreiro • Saravá banda • Saravá Oxosse • Saudação aos Orixás • Saudade de alguém (c/ Mário Vieira) • Schotishh da vovó (c/ Mário Zan) • Se Deus me perdoase (c/ Ariovaldo Pires) • Segunda pátria (c/ Ariovaldo Pires) • Tangolomango (c/ Ariovaldo Pires) • Terra brasileira (c/ Ariovaldo Pires) • Tietê, cidade jardim (c/ Ariovaldo Pires) • Tomara que caia (c/ Palmeira) • Triste abandono (c/ Zacarias Mourão) • Tristeza • Um dois... feijão co'arroz (c/ Ariovaldo Pires) • Vai saudade • Valsa da Imperatriz (c/ Irvando Luiz) • Vida noturna (c/ Palmeira) • Viver na eternidade (c/ Ariovaldo Pires) • Volta à serenata (c/ Ariovaldo Pires) • Volta ao passado (c/ Ariovaldo Pires) • Xangô rolou a pedra • Xangô, rei da pedreira
BIBLIOGRAFIA
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.
Dados colhidos no site http://www.dicionariompb.com.br
O Instituto Cultural Cravo Albin é uma sociedade civil, sem fins lucrativos, com sede na cidade do Rio de Janeiro, criada em 2001, com a finalidade de promover e incentivar atividades de caráter cultural no campo da pesquisa, em especial, abrigando o Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira. O acervo, doado ao Instituto por Ricardo Cravo Albin, acrescido de outras doações feitas por colecionadores e demais detentores de acervos congêneres, é composto por documentos originais, fotografias, recortes de jornais e revistas, scripts e programas de rádio e televisão, roteiros de espetáculos musicais e um arquivo fonográfico já inventariado preliminarmente, com cerca de 30.000 (trinta mil) discos de 12, 10 e 8 polegadas, 2.000 (duas mil) fitas sonoras em rolo, 700 (setecentas) fitas magnéticas sonoras em cassete e cerca de 1000 (mil) CDs. Complementa este acervo uma grande quantidade de documentos audiovisuais, registrados em suporte vídeo, como fitas cassete, contendo vários registros.
Nenhuma pesquisa histórica conseguiu comprovar a origem da autoria do Hino da Umbanda, pois a pesquisa histórica necessita de documentos originais (pesquisa primária). Os dados biográficos sobre José Manuel Alves podem ser comprovados, porém a real origem do Hino da Umbanda ainda carece de maiores comprovações documentais escritas ou orais. Quando, em 1984, Dona Zélia de Moraes Lacerda ficou hospedada na minha residência, em São Paulo, perguntei-lhe a respeito e ela desconhecia o fato que, atualmente, vem sem narrado em alguns sítios da Internet. Até encontrarmos maiores evidências sobre a origem do hino, fica o registro dos fragmentos que temos lido.
A música e a letra teriam sido compostas, em 1960, quando um homem cego, José Manuel Alves, foi procurar a cura na Tenda Nossa Senhora da Piedade. Foi atendido pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas que lhe explicou a origem kármica da sua deficiência visual. Começou a frequentar as giras de atendimento e a Umbanda começou a fazer parte da sua alma. Escreveu então, uma música para mostrar que poderia ver o mundo e a Umbanda de outro modo. Mostrou-a ao Caboclo das Sete Encruzilhadas que, teria gostado tanto, que resolveu apresentá-la como o Hino da Umbanda.
No Segundo Congresso Nacional de Umbanda, em 1961 no Rio de Janeiro, a música foi oficialmente reconhecida como o Hino da Umbanda.
[1] Tangil é uma bela freguesia do concelho de Monção situada no Minho, no norte de Portugal.
No meu livro Umbanda Brasileira: um século de história, publicado em 2008 pela Ícone Editora, fiz algumas considerações sobre a história do Hino da Umbanda a partir de algumas evidências colhidas na internet. Consultando o Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira obtive alguns detalhes sobre o autor, José Manuel Alves:
José Manuel Alves: Compositor. Instrumentista. Dos 12 aos 22 anos tocou clarineta na Banda Tangilense, [1] em sua cidade natal. Em 1929, veio para o Brasil, indo residir no interior do Estado de São Paulo. No mesmo ano, mudou-se para a capital paulista, ingressando na Banda da Força Pública, em que ocupou vários postos, aposentando-se como capitão.
Sua primeira composição gravada foi "Olha a alva", por Januário Pescuma e Arnaldo Pescuma com acompanhamento do Grupo X na RCA Victor. Em 1945, Osni Silva gravou na Continental, com acompanhamento da Banda da Força Pública de São Paulo, a marcha "Pela pátria", composta em parceria com Antônio Romeu. Em 1946, Ênio Santos gravou na Continental "Destino", parceria com Antônio Romeu. Em 1949, o xote "Schotish da vovó", composto em parceria com Mário Zan foi gravado pelo próprio Mário Zan. Em 1951, obteve seu primeiro grande sucesso, com a composição "Matuto", gravada pelo grupo Piratininga na Continental. Em 1952, sua toada "Farrapo humano", composta em parceria com Arlindo Pinto, foi gravada por Carlos Antunes. Em 1953, Zezinha gravou ao acordeon os dobrados "Ibirapuera", sua parceria com a própria Zezinha, e "Princesa Isabel". Em 1954, Esmeraldino do Banjo gravou o choro "Preguiçoso" e Carlos Gonzaga gravou a canção "Canção de Natal", de J. M. Alves e Palmeira. Em 1955, Juanita Cavalcanti gravou dele e Reinaldo Santos a marcha "Pombinha branca". Em 1956, as Irmãs Galvão gravaram o baião "Alecrim na beira d'água", dele e Antônio Rago, e Alberto Calçada gravou, ao acordeon, o "Mambo da sogra", de J. M. Alves e Messias Soares. Em 1957, realizou sua única gravação, acompanhado de sua Banda: gravou pela RCA Victor, de sua autoria, os dobrados "Craveiro Lopes" e "Domingo em festa". No mesmo ano, Zaccarias e sua Orquestra gravaram dele e Mário Zan o dobrado "Quarto centenário", seu maior sucesso. Em 1958, Alberto Calçada gravou seu maxixe "O matuto", a dupla Pininha e Verinha gravou o corrido "Meu cavalinho", de parceria com Lourdes Guimarães, Nilza Miranda gravou a valsa "Prece de Natal". Em 1959, as Irmãs Galvão gravaram o rasqueado "Vai saudade", a Banda Chantecler e Coro gravou, de sua autoria e Lourdes Guimarães, a marcha "Mulher brasileira" e Sid Biá gravou o bolero "Vida noturna", de J. M. Alves e Palmeira, e o samba canção "História de um boêmio", de J.M. Alves e Biá. Em 1960, Pirigoso gravou, de sua autoria e Mário Vieira, o arrasta-pé "Baile caipira", o tango "Saudade de alguém", também em parceria com Mário Vieira, e o maxixe "Antigamente era assim", parceria de J.M. Alves e Pirigoso, e as Irmãs Galvão gravaram, de sua parceria com Zacarias Mourão, o bolero "Triste abandono". Ao longo de sua carreira, compôs diversos pontos de umbanda e pontos de terreiro, gravados por diversos intérpretes. Em 1961, Otávio de Barros gravou o ponto de terreiro "Saravá Banda". Em 1962, a cantora Maria do Carmo gravou a curimba de Umbanda "Prece a Mamãe Oxum". Um de seus mais constantes parceiros foi o também produtor e cantor Palmeira, com quem compôs, dentre outras, a "Canção de Natal", a valsa "Mãe, rainha do lar", a marcha "Tomara que caia" e o samba "Não quero amar". Ainda em 1962, compôs com Luiz Gonzaga o baião "Matuto aperreado", gravado pelo próprio Luiz Gonzaga. Compôs valsas, xotes, dobrados, baiões, maxixes e outros gêneros musicais. Em 1971, Os Titulares do Ritmo gravaram, de sua autoria e Ariovaldo Pires, a marcha "Avante, bandeirante". Um de seus principais parceiros foi Ariovaldo Pires, o Capitão Furtado, com quem compôs, entre outras, o samba-maxixe "Volta ao passado", a canção "Se Deus me perdoasse", a valsa "Quando eu te disse adeus" e o maxixe "Enchendo lingüiça". Entre seus diversos intérpretes estão as Irmãs Galvão, Zezinha, Alberto Calçada e Mário Zan. Em 1972, Zé Cupido gravou "Oito baixos do João".
A cigana te enganou • Alecrim da beira d'água (c/ Antonio Rago) • Amuletos de Iaiá (c/ Ariovaldo Pires) • Antigamente era assim (c/ Pirigoso) • Avante bandeirante (c/ Ariovaldo Pires) • Baile caipira (c/ Mário Vieira) • Boca encarnada (c/ Ariovaldo Pires) • Cenário do Brasil (c/ Palmeira) • Coração magoado • Coroa da Jurema • Craveiro Lopes • Diabinha de saia (c/ Ariovaldo Pires) • Domingo em festa • Enchendo lingüiça (c/ Ariovaldo Pires) • Esquece (c/ Araripe Barbosa) • Farrapo humano (c/ Arlindo Pinto) • Festa de aniversário (c/ Ariovaldo Pires) • Fui feliz (c/ Araripe Barbosa) • Gostei dessa (c/ Maria Silva) • Hino da Umbanda • História de um boêmio (c/ Biá) • Homenagem à Mãe Menininha (c/ Ariovaldo Pires) • Ibirapuera (c/ Zezinha) • Linda pombinha (c/ Palmeira e Alfredo Corleto) • Mãe, rainha do lar (c/ Palmeira) • Mambo da sogra (c/ Messias Garcia) • Marcha do bandeirante (c/ Ariovaldo Pires) • Matuto aperreado (c/ Luiz Gonzaga) • Meu cavalinho (c/ Lourdes Guimarães) • Meu lindo país (c/ Ariovaldo Pires) • Mulher brasileira (c/ Lourdes Guimarães) • Não é nada (c/ Palmeira) • Não quero amar (c/ Palmeira) • O matuto • O Sol nasce para todos (c/ Ariovaldo Pires) • Olha a direita (c/ Palmeira) • Pão duro • Pierrô de antigamente • Pobre boêmio (c/ Cláudio de Barros) • Pombinha branca (c/ Reinaldo Santos) • Ponto de abertura (c/ Terezinha de Souza e Vera Dias) • Ponto dos caboclos • Prata da casa • Prece a Mamãe Oxum • Prece de Natal • Preguiçoso • Princesa Isabel • Quando eu te disse adeus (c/ Ariovaldo Pires) • Quarto centenário (c/ Mário Zan) • Rabo de arraia (c/ Zacarias Mourão) • Recife dos quatrocentos (c/ Ida Monge) • Santa do meu altar (c/ H. Junior) • São Jorge Guerreiro • Saravá banda • Saravá Oxosse • Saudação aos Orixás • Saudade de alguém (c/ Mário Vieira) • Schotishh da vovó (c/ Mário Zan) • Se Deus me perdoase (c/ Ariovaldo Pires) • Segunda pátria (c/ Ariovaldo Pires) • Tangolomango (c/ Ariovaldo Pires) • Terra brasileira (c/ Ariovaldo Pires) • Tietê, cidade jardim (c/ Ariovaldo Pires) • Tomara que caia (c/ Palmeira) • Triste abandono (c/ Zacarias Mourão) • Tristeza • Um dois... feijão co'arroz (c/ Ariovaldo Pires) • Vai saudade • Valsa da Imperatriz (c/ Irvando Luiz) • Vida noturna (c/ Palmeira) • Viver na eternidade (c/ Ariovaldo Pires) • Volta à serenata (c/ Ariovaldo Pires) • Volta ao passado (c/ Ariovaldo Pires) • Xangô rolou a pedra • Xangô, rei da pedreira
BIBLIOGRAFIA
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.
Dados colhidos no site http://www.dicionariompb.com.br
O Instituto Cultural Cravo Albin é uma sociedade civil, sem fins lucrativos, com sede na cidade do Rio de Janeiro, criada em 2001, com a finalidade de promover e incentivar atividades de caráter cultural no campo da pesquisa, em especial, abrigando o Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira. O acervo, doado ao Instituto por Ricardo Cravo Albin, acrescido de outras doações feitas por colecionadores e demais detentores de acervos congêneres, é composto por documentos originais, fotografias, recortes de jornais e revistas, scripts e programas de rádio e televisão, roteiros de espetáculos musicais e um arquivo fonográfico já inventariado preliminarmente, com cerca de 30.000 (trinta mil) discos de 12, 10 e 8 polegadas, 2.000 (duas mil) fitas sonoras em rolo, 700 (setecentas) fitas magnéticas sonoras em cassete e cerca de 1000 (mil) CDs. Complementa este acervo uma grande quantidade de documentos audiovisuais, registrados em suporte vídeo, como fitas cassete, contendo vários registros.
Nenhuma pesquisa histórica conseguiu comprovar a origem da autoria do Hino da Umbanda, pois a pesquisa histórica necessita de documentos originais (pesquisa primária). Os dados biográficos sobre José Manuel Alves podem ser comprovados, porém a real origem do Hino da Umbanda ainda carece de maiores comprovações documentais escritas ou orais. Quando, em 1984, Dona Zélia de Moraes Lacerda ficou hospedada na minha residência, em São Paulo, perguntei-lhe a respeito e ela desconhecia o fato que, atualmente, vem sem narrado em alguns sítios da Internet. Até encontrarmos maiores evidências sobre a origem do hino, fica o registro dos fragmentos que temos lido.
A música e a letra teriam sido compostas, em 1960, quando um homem cego, José Manuel Alves, foi procurar a cura na Tenda Nossa Senhora da Piedade. Foi atendido pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas que lhe explicou a origem kármica da sua deficiência visual. Começou a frequentar as giras de atendimento e a Umbanda começou a fazer parte da sua alma. Escreveu então, uma música para mostrar que poderia ver o mundo e a Umbanda de outro modo. Mostrou-a ao Caboclo das Sete Encruzilhadas que, teria gostado tanto, que resolveu apresentá-la como o Hino da Umbanda.
No Segundo Congresso Nacional de Umbanda, em 1961 no Rio de Janeiro, a música foi oficialmente reconhecida como o Hino da Umbanda.
[1] Tangil é uma bela freguesia do concelho de Monção situada no Minho, no norte de Portugal.
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
TIROS NO PAI DE SANTO
Apresento a seguir uma curiosa reportagem publicada pelo Jornal da Tarde, de São Paulo, de 20/05/1992, onde um desonesto Pai de Santo levou três tiros:
Tudo por causa do Caboclo Cabeludo
O Pai de Santo Erasmo Ribeiro, 21 anos, pode pegar de um a três anos de prisão, caso seja comprovado crime de posse sexual mediante fraude contra Lucinéia da Hora, 18 anos. Erasmo está no Hospital Nardini, em Mauá, com ferimentos provocados por três tiros. O autor dos disparos é o companheiro de Lucinéia, Luiz Antonio Germano, 27 anos, que descobriu que o pai de santo, dizendo-se incorporado por entidades, manteve relações sexuais com ela.
Segundo apurou a polícia, Lucinéia foi procurar Erasmo, “com problemas” com o marido. O pai de santo, então, incorporou a pomba-gira e ordenou à moça que ficasse nua. Em seguida, Erasmo passou mel por seu corpo e, incorporado por um espírito masculino, o “Caboclo Cabeludo”, a lambeu e manteve relações sexuais com ela. O marido acabou descobrindo tudo e resolveu ajustar contas. Na noite de anteontem, Luiz, Lucinéia e dois amigos dirigiram-se à casa do pai de santo. Mesmo incorporando a pomba-gira, Erasmo não conseguiu se livrar dos três tiros.
Tudo por causa do Caboclo Cabeludo
O Pai de Santo Erasmo Ribeiro, 21 anos, pode pegar de um a três anos de prisão, caso seja comprovado crime de posse sexual mediante fraude contra Lucinéia da Hora, 18 anos. Erasmo está no Hospital Nardini, em Mauá, com ferimentos provocados por três tiros. O autor dos disparos é o companheiro de Lucinéia, Luiz Antonio Germano, 27 anos, que descobriu que o pai de santo, dizendo-se incorporado por entidades, manteve relações sexuais com ela.
Segundo apurou a polícia, Lucinéia foi procurar Erasmo, “com problemas” com o marido. O pai de santo, então, incorporou a pomba-gira e ordenou à moça que ficasse nua. Em seguida, Erasmo passou mel por seu corpo e, incorporado por um espírito masculino, o “Caboclo Cabeludo”, a lambeu e manteve relações sexuais com ela. O marido acabou descobrindo tudo e resolveu ajustar contas. Na noite de anteontem, Luiz, Lucinéia e dois amigos dirigiram-se à casa do pai de santo. Mesmo incorporando a pomba-gira, Erasmo não conseguiu se livrar dos três tiros.
SANTUÁRIO NACIONAL DA UMBANDA
O Santuário Nacional da Umbanda situa-se no Bairro do Montanhão, Santo André-SP, onde existia a Pedreira Montanhão, espaço que, por haver sido totalmente destruído pela pedreira, foi recuperado pela comunidade umbandista sob o comando da Federação Umbandista do Grande ABC. Nos últimos 40 anos Pai Ronaldo Linares (com a ajuda dos frequentadores) vem transformando a imensa destruição causada pela Pedreira Montanhão na MECA DOS UMBANDISTAS. São 645 mil metros quadrados de mata nativa totalmente recuperada que atualmente destinam-se às práticas religiosas dos irmãos de fé umbandistas e dos simpaizantes da religião. Maiores detalhes no site:
http://www.santuariodaumbanda.com.br
http://www.santuariodaumbanda.com.br
PROGRAMA MELODIAS DE TERREIRO
A divulgação da Umbanda ganhou corpo quando entrou em cena o radialista e escritor Áttila Pereira Nunes. Na literatura conseguiu sucesso com a obra Antologia de Umbanda, porém foi através do programa Melodias de Terreiro que se tornou popular. Foi uma importante personalidade do rádio brasileiro e um defensor incansável da liberdade religiosa.
O Programa Melodias de Terreiro está presente na lembrança de muitos umbandistas que puderam acompanham um pouco da trajetória de um dos precursores da Umbanda no Brasil.
O primeiro programa voltado para os cultos afro-brasileiros foi ao ar pela primeira vez em 1948, pela então Rádio Guanabara, hoje Bandeirantes. Áttila Nunes, que dedicou a vida lutando contra as perseguições policiais aos terreiros de Umbanda, desencarnou em 1968 e sua esposa e vereadora Bambina Bucci passou apresentar o programa que marcou toda uma geração de umbandistas.
Atualmente o Programa Melodias de Terreiro é produzido por Atila Nunes Filho e Atila Nunes Neto e vai ao ar pela Rádio Metropolitana AM 1090 do Rio de Janeiro, de segunda a sexta-feira, das 23 às 24 horas, transmitindo informações, preces e poemas de cunho afro-brasileiro, além de cânticos de um acervo composto de mais de 1700 composições, reunidas ao longo da existência do programa.
Sobre o programa, Atila Nunes Filho escreveu no seu livro (1970) Umbanda, Religião - Desafio:
Nos primeiros dias de dezembro de 1968, comecei a produzir e apresentar “Melodias de Terreiro”, programa que há anos vai ao ar, sempre divulgando e defendendo a Umbanda.
Em meados de 1969, “Melodias de Terreiro” alcançou a liderança de audiência no gênero, com um índice de 90%. Foi, talvez, a minha primeira grande alegria no meio umbandista, por saber que havia correspondido à expectativa de milhares de irmãos de crença que souberam depositar sua confiança em mim.
A todos os ouvintes de “Melodias de Terreiro” e aos irmãos que me auxiliaram no inicio, a minha gratidão e o meu reconhecimento eterno pela ajuda valiosa.
Aos que prestigiaram nosso outro veiculo de divulgação, “Gira da Umbanda”, que atualmente é apresentado por Bambina Bucci, a minha sincera homenagem por todo o apoio e incentivo.
Que Oxalá os abençoe.
O Programa Melodias de Terreiro está presente na lembrança de muitos umbandistas que puderam acompanham um pouco da trajetória de um dos precursores da Umbanda no Brasil.
O primeiro programa voltado para os cultos afro-brasileiros foi ao ar pela primeira vez em 1948, pela então Rádio Guanabara, hoje Bandeirantes. Áttila Nunes, que dedicou a vida lutando contra as perseguições policiais aos terreiros de Umbanda, desencarnou em 1968 e sua esposa e vereadora Bambina Bucci passou apresentar o programa que marcou toda uma geração de umbandistas.
Atualmente o Programa Melodias de Terreiro é produzido por Atila Nunes Filho e Atila Nunes Neto e vai ao ar pela Rádio Metropolitana AM 1090 do Rio de Janeiro, de segunda a sexta-feira, das 23 às 24 horas, transmitindo informações, preces e poemas de cunho afro-brasileiro, além de cânticos de um acervo composto de mais de 1700 composições, reunidas ao longo da existência do programa.
Sobre o programa, Atila Nunes Filho escreveu no seu livro (1970) Umbanda, Religião - Desafio:
Nos primeiros dias de dezembro de 1968, comecei a produzir e apresentar “Melodias de Terreiro”, programa que há anos vai ao ar, sempre divulgando e defendendo a Umbanda.
Em meados de 1969, “Melodias de Terreiro” alcançou a liderança de audiência no gênero, com um índice de 90%. Foi, talvez, a minha primeira grande alegria no meio umbandista, por saber que havia correspondido à expectativa de milhares de irmãos de crença que souberam depositar sua confiança em mim.
A todos os ouvintes de “Melodias de Terreiro” e aos irmãos que me auxiliaram no inicio, a minha gratidão e o meu reconhecimento eterno pela ajuda valiosa.
Aos que prestigiaram nosso outro veiculo de divulgação, “Gira da Umbanda”, que atualmente é apresentado por Bambina Bucci, a minha sincera homenagem por todo o apoio e incentivo.
Que Oxalá os abençoe.
ORAÇÃO AO PRETO-VELHO
Assim seja, Preto-Velho que estás em nosso pensamento e ocupas um lugar de destaque em nosso coração. Abençoado seja o teu nome no céu, assim como de redenção foi o teu sofrimento na terra. Benditas sejam as tuas agonias físicas, assim como para sempre sejam louvadas as tuas angústias morais. Intercede por nós junto ao Pai Misericordioso, tu que já galgaste as escaladas luminosas da espiritualidade, e comunica-nos essa força inquebrantável que elevou teu espírito aos páramos celestiais, onde te encontras. Anima-nos a prosseguir, impávidos e serenos, através dos obstáculos da vida e combate, em nós, o desanimo traiçoeiro que, como banzo fatídico, nos aniquila o ser. Ajuda-nos a vencer na vida material, assim como quando em vida tu ajudaste, com teu labor escravo, o teu senhor de engenho. Ensina-nos a ter, com tua experiência milenar, a calma, a resignação, a compreensão que muito necessitamos e que estejamos sempre contigo, assim como Jesus te tem na Santa Glória. A Ti, bondoso Preto-Velho, oferecemos esta prece, reafirmando a nossa fé, a nossa crença e a nossa esperança na tua força espiritual sempre a serviço do bem. Protege-nos, querido Preto-Velho que tanto sofreste quando de tua passagem pela terra. Dá-nos coragem que, às vezes, nos falta, para que possamos prosseguir a nossa jornada, e algum dia tenhamos merecimento para receber as graças Divinas. Assim seja.
Attila Nunes
Attila Nunes
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
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