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segunda-feira, 27 de outubro de 2014

ESCREVENDO SOBRE A UMBANDA

É muito complexo escrever sobre a Umbanda, pois ela arrebanha todo tipo de consciências, em função da diversidade de ritos.
Deixo claro que é minha opinião, que não espero que mude a de alguém. Apenas creio que seja um ponto de reflexão.
A Umbanda é uma escola evolutiva, onde somos alunos e professores de nós mesmo, mas, como em toda sociedade, o Astral Superior escolhe um líder espiritual, um dirigente para conduzir as almas ao caminho de Luz e de conhecimento.
Certamente não é uma missão fácil, pois, cada ser está em um estágio pessoal de evolução. Assim, todo respeito é necessário nesse processo de ligação, inclusive entre o mestre e o adepto.
Atualmente a internet oferece um acesso instantâneo ao "conhecimento", do mesmo modo que, concomitantemente, tornou vulgar e profano segredos religiosos tradicionais. Enfim, as informações são desencontradas e trazem uma confusão incomensurável.
Outrossim, o nosso mundo mercantilista é afoito por vaidosos que anseiam pelo "poder", através de conhecimentos inócuos, de diploma de sacerdócio que infelizes cursos VENDEM, depois, de frequentar algumas aulas e fazer algumas obrigações, gerando centenas de sacerdotes que não possuem qualquer conhecimento real, vivência, muito menos equilíbrio pessoal. Enfim, pessoas sem qualquer missão sacerdotal são diplomadas como Babalawôs ou Magos disso ou daquilo...
Certamente, no meio desse tantos diplomados existirão sacerdotes de fato e de direito... Contudo, esse diploma/curso não os habilitará, apenas dará um diplominha...
Tão ignorantes são que chamam sacerdotisas de Babá, quando esse termo yorubá se traduz por PAI. No caso feminino, o correto é Iya, que é MÃE, ou seja, Iyalorixá
Ser sacerdote virou modismo... Em uma ganância eterna pelo eterno poder magístico. Pobres Almas...
Sacerdotes não se fazem em sala de aula, não se formam em cursinhos, afinal, não se conquista conhecimento sagrado dessa forma... Pasmem: até curso pela internet já existe...
A Umbanda é contemplação silenciosa, é vivência, é respeito pelo sagrado, é luta do bem contra o mal e, sobretudo, é um exercício de humilde... É reflexão constante!
SACERDOTES NASCEM SACERDOTES... Os ritos e iniciações, apenas, consagram em ordens e direitos aqueles que já foram predestinados a tal encargo, oficializando e ofertando saberes "secretos" aos que vão conduzir seus pares pelo caminho da Luz.
Em minha opinião, existe UMBANDA, pouco importa se ela é sagrada, branca, mista, traçada, colorida, esotérica... Em primeiro lugar, Umbanda tem que ser Umbanda, não permitindo invencionices (magia disso ou daquilo), nem tão pouco, trazer cultos afros para dentro do ritual... Nosso modelo de Umbanda já está aí, pois, Zélio Fernandino de Moraes, deixou um legado... Estudemos a história da Umbanda! No que pese a Umbanda aceitar e correlacionar conhecimentos de várias tradições, ela é Umbanda!
Por exemplo, nos Cultos Africanos e de Matriz Afro-Brasileira existem quatro tipos (especialidade) de Sacerdócio:
- Babalawo - Pai de Segredo: são os sacerdotes do culto de Ifá;
- Babalorisa - Pai de Santo: são os que cultuam Orixás;
- Babalosanyin ou Onisegun - Pai dos segredos das Folhas (Ewe)
- Babaoje ou Mariwo - Pai do Culto de Egungun, sendo membros da sociedade secreta dos Mariwo.
Contudo, na Umbanda, o termo correto é apenas PAI ESPIRITUAL. Pois, apesar da Umbanda possuir íntimas relações com os cultos afro-brasileiros, não faz parte deles.
Por derradeiro, o Pai de Santo de Umbanda é denominado, apenas, de Pai...
A Umbanda vem trazendo uma mensagem de simplicidade! A função do Pai Pequeno ou Mãe Pequena na Umbanda, não é sacerdotal. Em verdade é um assistente ritualístico imediato do Pai Espiritual, um cargo de confiança.
Frise-se que, o Pai Espiritual de Umbanda cuida dos Orixás, através da ligação com os Guias e Entidades (Ancestrais/Egungun), bem como, manipula os axés das folhas sagradas, pertinentes ao culto de Umbanda. Logo, a função do Pai Espiritual, ao modo da Umbanda, é completíssima...
Dentre as funções do Pai Espiritual, a mais importante é demonstrar aos adeptos, a essência sagrada em tudo que lhe for pertinente...
Conclamo a todos que, comecemos a completar nosso ritual, para que possamos nos situar dentro dos trabalhos, com responsabilidade e comprometimento, visando nosso próprio crescimento, enquanto almas em evolução.
Lembremos que cada umbandista representa a Umbanda!
Preocupemos-nos menos em ser Magos, Babá, Iyá Mestre e sejamos médiuns, para que assim, com trabalho, dedicação, amor e caridade, consigamos cumprir aquilo que cabe dentro de nosso carma, por que a oportunidade de avançar na seara espiritual está aí.
Que a Luz de Oxalá nos guie pelo caminho da pureza, da humildade e da sabedoria!

Douglas Garcia Neto


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