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terça-feira, 29 de setembro de 2009

PRIMEIRO CONGRESSO DO ESPIRITISMO DE UMBANDA


Detalhe do Primeiro Congresso Brasileiro do Espiritismo de Umbanda, em 1941, no Rio de Janeiro.

BENJAMIM FIGUEIREDO


Benjamim Figueiredo incorporado com Preto-Velho na Tenda Mirim.

BATISMO NA T.U.O.


W. W. da Matta e Silva batizando uma criança na Tenda de Umbanda Oriental.

CRISTO INICIÁTICO


TENDA DE UMBANDA ORIENTAL - PRIMEIRO CONGÁ


Detalhe do primeiro congá da Tenda de Umbanda Oriental de W. W. da Matta e Silva.

PRIMEIRO CONGÁ DA TENDA DE UMBANDA ORIENTAL


Primeiro Congá da Tenda de Umbanda Oriental de W.W. da Matta e Silva.

Tenda de Umbanda Oriental


Tenda de Umbanda Oriental em Itacurussá.

TENDA ESPIRITA SÃO JORGE


Tenda Espirita São Jorge na década de 1960.

sábado, 26 de setembro de 2009


Diamantino Fernandes Trindade


Leopoldo Bettiol escreveu diversas obras sobre a Umbanda no Rio Grande do Sul. O Batuque na Umbanda, de 1963, publicada pela Editora Aurora, é a mais conhecida de todas. Nesta obra o autor faz uma abordagem sobre a etnia negra e a sistematização dos mitos e crenças e evolução do culto no Rio Grande do Sul, abordando as influências bantu e yorubá na Umbanda Gaúcha. Um rebuscado vocabulário de africanismos Jexá-Jêge-Oyó enriquece a obra mostrando a linguagem ritual dos "batuqueiros" gaúchos. O termo Batuque designa uma Religião Afro-brasileira de culto aos Orixás encontrada principalmente no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, de onde se estendeu para os países vizinhos tais como Uruguai e Argentina, que influenciou os ritos de Umbanda gaúchos. É fruto de religiões dos povos da Costa da Guiné e da Nigéria, com as nações Jêje, Ijexá, Oyó, Cabinda e Nagô.
Este é um livro raro e pode ser encontrado em sebos. Outras obras importantes do autor são: A Umbanda Perante a Crítica e ABC de Umbanda.
Leopoldo Bettiol teve papel de destaque na organização do Segundo Congresso Nacional da Umbanda, realizado em 1961 no Rio de Janeiro, juntamente com Oswaldo Santos Lima e Dr. Armando Cavalcanti Bandeira.


REVISTA UMBANDA: ORIGENS E RITUAIS


Diamantino Fernandes Trindade


Em 1995 a Editora Pen, de São Paulo, lançou a revista Umbanda: origens e rituais, redigida por Brasão de Freitas. No seu primeiro número, o periódico trazia como tema Os Sete Orixás e a Criação do Universo, com os seguintes capítulos: Os Caminhos da Umbanda, A Gênese do Universo segundo a Umbanda, A Evolução segundo a Umbanda, As Correntes da Umbanda, A Religião de Umbanda e Os Orixás.
Apesar de bem escrita e de leitura agradável, o projeto não passou do primeiro número.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

O USO DOS PONTEIROS NOS RITUAIS DE UMBANDA

Diamantino Fernandes Trindade


Todos os tratados de magia fazem referência às pontas de aço como um dos meios mais eficazes de se desenvolver certas cargas ou aglomerações de larvas, maus fluídos e miasmas.
Os antigos iniciados usavam nas suas operações mágicas a espada e as pontas de aço, assim como atualmente se usa os ponteiros (punhal) nos trabalhos da Umbanda, pois a ação das pontas de aço, isto é, da espada e dos ponteiros em certos trabalhos de magia nada mais fazem do que faz um pára-raios em dias de trovoada.
Ponteiro é qualquer instrumento pontiagudo, de aço, punhal, espada ou pequena lança, utilizado em diversos rituais umbandistas. Em função do poder que tem o aço de captar as forças vivas da natureza, inclusive os fenômenos atmosféricos[1], o ponteiro representa a atração das forças espirituais, tal como um imã utilizado como força criadora de energia elétrica.
Quando fincado, ele firma a magia, ou seja, firma o ponto. Sendo o ponteiro imantado, capta as forças necessárias para o fechamento de um ponto nos trabalhos mágisticos.
Quando ele penetra na matéria física,[2] aprofunda-se nos planos etéreo e astral, alterando constantemente a matéria propiciando um campo eletromagnético que podem desestruturar larvas astrais. Funciona como se fosse um fio terra para algumas cargas ou então como captador de energias movimentadas em determinados locais.

[1] Um exemplo disso é o pára-raios.
[2] Geralmente a madeira.

PONTEIRO


terça-feira, 15 de setembro de 2009

ASPECTOS HISTÓRICOS SOBRE O HINO DA UMBANDA

Diamantino Fernandes Trindade


No meu livro Umbanda Brasileira: um século de história, publicado em 2008 pela Ícone Editora, fiz algumas considerações sobre a história do Hino da Umbanda a partir de algumas evidências colhidas na internet. Consultando o Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira obtive alguns detalhes sobre o autor, José Manuel Alves:

José Manuel Alves: Compositor. Instrumentista. Dos 12 aos 22 anos tocou clarineta na Banda Tangilense, [1] em sua cidade natal. Em 1929, veio para o Brasil, indo residir no interior do Estado de São Paulo. No mesmo ano, mudou-se para a capital paulista, ingressando na Banda da Força Pública, em que ocupou vários postos, aposentando-se como capitão.
Sua primeira composição gravada foi "Olha a alva", por Januário Pescuma e Arnaldo Pescuma com acompanhamento do Grupo X na RCA Victor. Em 1945, Osni Silva gravou na Continental, com acompanhamento da Banda da Força Pública de São Paulo, a marcha "Pela pátria", composta em parceria com Antônio Romeu. Em 1946, Ênio Santos gravou na Continental "Destino", parceria com Antônio Romeu. Em 1949, o xote "Schotish da vovó", composto em parceria com Mário Zan foi gravado pelo próprio Mário Zan. Em 1951, obteve seu primeiro grande sucesso, com a composição "Matuto", gravada pelo grupo Piratininga na Continental. Em 1952, sua toada "Farrapo humano", composta em parceria com Arlindo Pinto, foi gravada por Carlos Antunes. Em 1953, Zezinha gravou ao acordeon os dobrados "Ibirapuera", sua parceria com a própria Zezinha, e "Princesa Isabel". Em 1954, Esmeraldino do Banjo gravou o choro "Preguiçoso" e Carlos Gonzaga gravou a canção "Canção de Natal", de J. M. Alves e Palmeira. Em 1955, Juanita Cavalcanti gravou dele e Reinaldo Santos a marcha "Pombinha branca". Em 1956, as Irmãs Galvão gravaram o baião "Alecrim na beira d'água", dele e Antônio Rago, e Alberto Calçada gravou, ao acordeon, o "Mambo da sogra", de J. M. Alves e Messias Soares. Em 1957, realizou sua única gravação, acompanhado de sua Banda: gravou pela RCA Victor, de sua autoria, os dobrados "Craveiro Lopes" e "Domingo em festa". No mesmo ano, Zaccarias e sua Orquestra gravaram dele e Mário Zan o dobrado "Quarto centenário", seu maior sucesso. Em 1958, Alberto Calçada gravou seu maxixe "O matuto", a dupla Pininha e Verinha gravou o corrido "Meu cavalinho", de parceria com Lourdes Guimarães, Nilza Miranda gravou a valsa "Prece de Natal". Em 1959, as Irmãs Galvão gravaram o rasqueado "Vai saudade", a Banda Chantecler e Coro gravou, de sua autoria e Lourdes Guimarães, a marcha "Mulher brasileira" e Sid Biá gravou o bolero "Vida noturna", de J. M. Alves e Palmeira, e o samba canção "História de um boêmio", de J.M. Alves e Biá. Em 1960, Pirigoso gravou, de sua autoria e Mário Vieira, o arrasta-pé "Baile caipira", o tango "Saudade de alguém", também em parceria com Mário Vieira, e o maxixe "Antigamente era assim", parceria de J.M. Alves e Pirigoso, e as Irmãs Galvão gravaram, de sua parceria com Zacarias Mourão, o bolero "Triste abandono". Ao longo de sua carreira, compôs diversos pontos de umbanda e pontos de terreiro, gravados por diversos intérpretes. Em 1961, Otávio de Barros gravou o ponto de terreiro "Saravá Banda". Em 1962, a cantora Maria do Carmo gravou a curimba de Umbanda "Prece a Mamãe Oxum". Um de seus mais constantes parceiros foi o também produtor e cantor Palmeira, com quem compôs, dentre outras, a "Canção de Natal", a valsa "Mãe, rainha do lar", a marcha "Tomara que caia" e o samba "Não quero amar". Ainda em 1962, compôs com Luiz Gonzaga o baião "Matuto aperreado", gravado pelo próprio Luiz Gonzaga. Compôs valsas, xotes, dobrados, baiões, maxixes e outros gêneros musicais. Em 1971, Os Titulares do Ritmo gravaram, de sua autoria e Ariovaldo Pires, a marcha "Avante, bandeirante". Um de seus principais parceiros foi Ariovaldo Pires, o Capitão Furtado, com quem compôs, entre outras, o samba-maxixe "Volta ao passado", a canção "Se Deus me perdoasse", a valsa "Quando eu te disse adeus" e o maxixe "Enchendo lingüiça". Entre seus diversos intérpretes estão as Irmãs Galvão, Zezinha, Alberto Calçada e Mário Zan. Em 1972, Zé Cupido gravou "Oito baixos do João".
A cigana te enganou • Alecrim da beira d'água (c/ Antonio Rago) • Amuletos de Iaiá (c/ Ariovaldo Pires) • Antigamente era assim (c/ Pirigoso) • Avante bandeirante (c/ Ariovaldo Pires) • Baile caipira (c/ Mário Vieira) • Boca encarnada (c/ Ariovaldo Pires) • Cenário do Brasil (c/ Palmeira) • Coração magoado • Coroa da Jurema • Craveiro Lopes • Diabinha de saia (c/ Ariovaldo Pires) • Domingo em festa • Enchendo lingüiça (c/ Ariovaldo Pires) • Esquece (c/ Araripe Barbosa) • Farrapo humano (c/ Arlindo Pinto) • Festa de aniversário (c/ Ariovaldo Pires) • Fui feliz (c/ Araripe Barbosa) • Gostei dessa (c/ Maria Silva) • Hino da Umbanda • História de um boêmio (c/ Biá) • Homenagem à Mãe Menininha (c/ Ariovaldo Pires) • Ibirapuera (c/ Zezinha) • Linda pombinha (c/ Palmeira e Alfredo Corleto) • Mãe, rainha do lar (c/ Palmeira) • Mambo da sogra (c/ Messias Garcia) • Marcha do bandeirante (c/ Ariovaldo Pires) • Matuto aperreado (c/ Luiz Gonzaga) • Meu cavalinho (c/ Lourdes Guimarães) • Meu lindo país (c/ Ariovaldo Pires) • Mulher brasileira (c/ Lourdes Guimarães) • Não é nada (c/ Palmeira) • Não quero amar (c/ Palmeira) • O matuto • O Sol nasce para todos (c/ Ariovaldo Pires) • Olha a direita (c/ Palmeira) • Pão duro • Pierrô de antigamente • Pobre boêmio (c/ Cláudio de Barros) • Pombinha branca (c/ Reinaldo Santos) • Ponto de abertura (c/ Terezinha de Souza e Vera Dias) • Ponto dos caboclos • Prata da casa • Prece a Mamãe Oxum • Prece de Natal • Preguiçoso • Princesa Isabel • Quando eu te disse adeus (c/ Ariovaldo Pires) • Quarto centenário (c/ Mário Zan) • Rabo de arraia (c/ Zacarias Mourão) • Recife dos quatrocentos (c/ Ida Monge) • Santa do meu altar (c/ H. Junior) • São Jorge Guerreiro • Saravá banda • Saravá Oxosse • Saudação aos Orixás • Saudade de alguém (c/ Mário Vieira) • Schotishh da vovó (c/ Mário Zan) • Se Deus me perdoase (c/ Ariovaldo Pires) • Segunda pátria (c/ Ariovaldo Pires) • Tangolomango (c/ Ariovaldo Pires) • Terra brasileira (c/ Ariovaldo Pires) • Tietê, cidade jardim (c/ Ariovaldo Pires) • Tomara que caia (c/ Palmeira) • Triste abandono (c/ Zacarias Mourão) • Tristeza • Um dois... feijão co'arroz (c/ Ariovaldo Pires) • Vai saudade • Valsa da Imperatriz (c/ Irvando Luiz) • Vida noturna (c/ Palmeira) • Viver na eternidade (c/ Ariovaldo Pires) • Volta à serenata (c/ Ariovaldo Pires) • Volta ao passado (c/ Ariovaldo Pires) • Xangô rolou a pedra • Xangô, rei da pedreira


BIBLIOGRAFIA

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.

Dados colhidos no site http://www.dicionariompb.com.br

O Instituto Cultural Cravo Albin é uma sociedade civil, sem fins lucrativos, com sede na cidade do Rio de Janeiro, criada em 2001, com a finalidade de promover e incentivar atividades de caráter cultural no campo da pesquisa, em especial, abrigando o Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira. O acervo, doado ao Instituto por Ricardo Cravo Albin, acrescido de outras doações feitas por colecionadores e demais detentores de acervos congêneres, é composto por documentos originais, fotografias, recortes de jornais e revistas, scripts e programas de rádio e televisão, roteiros de espetáculos musicais e um arquivo fonográfico já inventariado preliminarmente, com cerca de 30.000 (trinta mil) discos de 12, 10 e 8 polegadas, 2.000 (duas mil) fitas sonoras em rolo, 700 (setecentas) fitas magnéticas sonoras em cassete e cerca de 1000 (mil) CDs. Complementa este acervo uma grande quantidade de documentos audiovisuais, registrados em suporte vídeo, como fitas cassete, contendo vários registros.


Nenhuma pesquisa histórica conseguiu comprovar a origem da autoria do Hino da Umbanda, pois a pesquisa histórica necessita de documentos originais (pesquisa primária). Os dados biográficos sobre José Manuel Alves podem ser comprovados, porém a real origem do Hino da Umbanda ainda carece de maiores comprovações documentais escritas ou orais. Quando, em 1984, Dona Zélia de Moraes Lacerda ficou hospedada na minha residência, em São Paulo, perguntei-lhe a respeito e ela desconhecia o fato que, atualmente, vem sem narrado em alguns sítios da Internet. Até encontrarmos maiores evidências sobre a origem do hino, fica o registro dos fragmentos que temos lido.
A música e a letra teriam sido compostas, em 1960, quando um homem cego, José Manuel Alves, foi procurar a cura na Tenda Nossa Senhora da Piedade. Foi atendido pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas que lhe explicou a origem kármica da sua deficiência visual. Começou a frequentar as giras de atendimento e a Umbanda começou a fazer parte da sua alma. Escreveu então, uma música para mostrar que poderia ver o mundo e a Umbanda de outro modo. Mostrou-a ao Caboclo das Sete Encruzilhadas que, teria gostado tanto, que resolveu apresentá-la como o Hino da Umbanda.
No Segundo Congresso Nacional de Umbanda, em 1961 no Rio de Janeiro, a música foi oficialmente reconhecida como o Hino da Umbanda.



[1] Tangil é uma bela freguesia do concelho de Monção situada no Minho, no norte de Portugal.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

TIROS NO PAI DE SANTO

Apresento a seguir uma curiosa reportagem publicada pelo Jornal da Tarde, de São Paulo, de 20/05/1992, onde um desonesto Pai de Santo levou três tiros:

Tudo por causa do Caboclo Cabeludo

O Pai de Santo Erasmo Ribeiro, 21 anos, pode pegar de um a três anos de prisão, caso seja comprovado crime de posse sexual mediante fraude contra Lucinéia da Hora, 18 anos. Erasmo está no Hospital Nardini, em Mauá, com ferimentos provocados por três tiros. O autor dos disparos é o companheiro de Lucinéia, Luiz Antonio Germano, 27 anos, que descobriu que o pai de santo, dizendo-se incorporado por entidades, manteve relações sexuais com ela.
Segundo apurou a polícia, Lucinéia foi procurar Erasmo, “com problemas” com o marido. O pai de santo, então, incorporou a pomba-gira e ordenou à moça que ficasse nua. Em seguida, Erasmo passou mel por seu corpo e, incorporado por um espírito masculino, o “Caboclo Cabeludo”, a lambeu e manteve relações sexuais com ela. O marido acabou descobrindo tudo e resolveu ajustar contas. Na noite de anteontem, Luiz, Lucinéia e dois amigos dirigiram-se à casa do pai de santo. Mesmo incorporando a pomba-gira, Erasmo não conseguiu se livrar dos três tiros.

SANTUÁRIO NACIONAL DA UMBANDA

O Santuário Nacional da Umbanda situa-se no Bairro do Montanhão, Santo André-SP, onde existia a Pedreira Montanhão, espaço que, por haver sido totalmente destruído pela pedreira, foi recuperado pela comunidade umbandista sob o comando da Federação Umbandista do Grande ABC. Nos últimos 40 anos Pai Ronaldo Linares (com a ajuda dos frequentadores) vem transformando a imensa destruição causada pela Pedreira Montanhão na MECA DOS UMBANDISTAS. São 645 mil metros quadrados de mata nativa totalmente recuperada que atualmente destinam-se às práticas religiosas dos irmãos de fé umbandistas e dos simpaizantes da religião. Maiores detalhes no site:
http://www.santuariodaumbanda.com.br

SANTUÁRIO NACIONAL DA UMBANDA


Imagem de Xangô.

SANTUÁRIO NACIONAL DA UMBANDA


Imagem de Yemanjá.

PROGRAMA MELODIAS DE TERREIRO

A divulgação da Umbanda ganhou corpo quando entrou em cena o radialista e escritor Áttila Pereira Nunes. Na literatura conseguiu sucesso com a obra Antologia de Umbanda, porém foi através do programa Melodias de Terreiro que se tornou popular. Foi uma importante personalidade do rádio brasileiro e um defensor incansável da liberdade religiosa.
O Programa Melodias de Terreiro está presente na lembrança de muitos umbandistas que puderam acompanham um pouco da trajetória de um dos precursores da Umbanda no Brasil.
O primeiro programa voltado para os cultos afro-brasileiros foi ao ar pela primeira vez em 1948, pela então Rádio Guanabara, hoje Bandeirantes. Áttila Nunes, que dedicou a vida lutando contra as perseguições policiais aos terreiros de Umbanda, desencarnou em 1968 e sua esposa e vereadora Bambina Bucci passou apresentar o programa que marcou toda uma geração de umbandistas.
Atualmente o Programa Melodias de Terreiro é produzido por Atila Nunes Filho e Atila Nunes Neto e vai ao ar pela Rádio Metropolitana AM 1090 do Rio de Janeiro, de segunda a sexta-feira, das 23 às 24 horas, transmitindo informações, preces e poemas de cunho afro-brasileiro, além de cânticos de um acervo composto de mais de 1700 composições, reunidas ao longo da existência do programa.
Sobre o programa, Atila Nunes Filho escreveu no seu livro (1970) Umbanda, Religião - Desafio:

Nos primeiros dias de dezembro de 1968, comecei a produzir e apresentar “Melodias de Terreiro”, programa que há anos vai ao ar, sempre divulgando e defendendo a Umbanda.
Em meados de 1969, “Melodias de Terreiro” alcançou a liderança de audiência no gênero, com um índice de 90%. Foi, talvez, a minha primeira grande alegria no meio umbandista, por saber que havia correspondido à expectativa de milhares de irmãos de crença que souberam depositar sua confiança em mim.
A todos os ouvintes de “Melodias de Terreiro” e aos irmãos que me auxiliaram no inicio, a minha gratidão e o meu reconhecimento eterno pela ajuda valiosa.
Aos que prestigiaram nosso outro veiculo de divulgação, “Gira da Umbanda”, que atualmente é apresentado por Bambina Bucci, a minha sincera homenagem por todo o apoio e incentivo.
Que Oxalá os abençoe.

ATILA NUNES FILHO E HENRIQUE LANDI


ORAÇÃO AO PRETO-VELHO

Assim seja, Preto-Velho que estás em nosso pensamento e ocupas um lugar de destaque em nosso coração. Abençoado seja o teu nome no céu, assim como de redenção foi o teu sofrimento na terra. Benditas sejam as tuas agonias físicas, assim como para sempre sejam louvadas as tuas angústias morais. Intercede por nós junto ao Pai Misericordioso, tu que já galgaste as escaladas luminosas da espiritualidade, e comunica-nos essa força inquebrantável que elevou teu espírito aos páramos celestiais, onde te encontras. Anima-nos a prosseguir, impávidos e serenos, através dos obstáculos da vida e combate, em nós, o desanimo traiçoeiro que, como banzo fatídico, nos aniquila o ser. Ajuda-nos a vencer na vida material, assim como quando em vida tu ajudaste, com teu labor escravo, o teu senhor de engenho. Ensina-nos a ter, com tua experiência milenar, a calma, a resignação, a compreensão que muito necessitamos e que estejamos sempre contigo, assim como Jesus te tem na Santa Glória. A Ti, bondoso Preto-Velho, oferecemos esta prece, reafirmando a nossa fé, a nossa crença e a nossa esperança na tua força espiritual sempre a serviço do bem. Protege-nos, querido Preto-Velho que tanto sofreste quando de tua passagem pela terra. Dá-nos coragem que, às vezes, nos falta, para que possamos prosseguir a nossa jornada, e algum dia tenhamos merecimento para receber as graças Divinas. Assim seja.

Attila Nunes

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

PRETO VELHO


YEMANJÁ


Concepção africana sobre Yemanjá

SÃO JORGE


ARCANJO MIKAEL


CASAMENTO NO TEMPLO DO CABOCLO SETE LANÇAS


Mestre Hanamatan celebra casamento no Templo do Caboclo Sete Lanças em 1997.

OBRIGAÇÃO À OBALUAIÊ


Ronaldo Linares consagra médium durante Obrigação à Obaluaiê em 1979.

OBRIGAÇÃO À NANÃ


Ronaldo Linares consagra médium durnate Obrigação à Nanã em 1979.

BATISMO DE CRIANÇA


Mestre Hanamatan durante batismo de criança no Templo do Caboclo Sete Lanças em 1996.

OBRIGAÇÃO À OXALÁ


Ronaldo Linares consagra médium durante Obrigação à Oxalá em 1979.

OBRIGAÇÃO À COSME E DAMIÃO


Pai Ronaldo incorporado com Pai Benedito durante Obrigação à Cosme e Damião em 1979.

OBRIGAÇÃO À INHAÇÃ


Ronaldo Linares consagra médium durante Obrigação à Inhaçã em 1979.

OBRIGAÇÃO À OXUM


Ronaldo Linares e Mãe Norma Linares durante Obrigação à Oxum em 1979.

AMACI NA CABANA DE PAI ANTONIO


Edison Cardoso de Oliveira recebe o amaci do Caboclo Sete Flechas incorporado em Dona Zélia de Moraes, na Cabana de Pai Antonio em 1985.

PONTO DO CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS


Ponto riscado do Caboclo das Sete Encruzilhadas na Tenda de Umbanda Nossa Senhora da Piedade em 1985.

OGUM BEIRA MAR


Congá do Templo Espiritual de Umbanda Ogum Beira Mar, em 1989, em São Bernardo do Campo, dirigido por Edison Cardoso de Oliveira.

domingo, 6 de setembro de 2009

GIRA DE UMBANDA


A imagem mostra a capa do primeiro número da revista Gira de Umbanda (1971) dirigida por Atila Nunes Filho.

A MACUMBA CARIOCA DOS ANOS 1950


A imagem da década de 1950 mostra um Preto-Velho e uma Preta-Velha incorporados em seus médiuns em um terreiro da macumba carioca

ATTILA NUNES


Attila Nunes foi uma importante personalidade do rádio brasileiro e um defensor incansável da liberdade religiosa. Criou o primeiro programa de rádio voltado para os cultos afros: “Melodias de Terreiro”, que foi ao ar pela primeira vez em 1947 no Rio, pela então Rádio Guanabara. Bambina Bucci, esposa de Attila Nunes, tornou-se o seu braço direito e companheira inseparável. Produziu e apresentou durante três décadas o Programa Melodias de Terreiro.


ATILA NUNES FILHO E ATILA NUNES NETO


Atila Nunes Filho deu prosseguimento ao trabalho de seu pai e, atualmente junto com seu filho Atila Nunes Neto comanda o Programa Melodias de Terreiro na Rádio Metropolitana AM 1090 do Rio de Janeiro de segunda a sexta das 23:00 às 24:00 horas. Este é programa radiofônico mais antigo do Brasil e está no ar há sessenta anos.

DIÁRIO DO GRANDE ABC


Continuando com o resgate da Umbanda na mídia apresentamos a Reportagem de 11 de junho de 1989 no jornal Diário do Grande ABC, com Ronaldo Antonio Linares e Diamantino Fernandes Trindade.

QUEM ENTRA NA LINHA DE UMBANDA

Diamantino Fernandes Trindade

Continuando nossa digressão sobre a Umbanda nas revistas apresento três imagens e alguns tópicos da reportagem Quem entra na Linha de Umbanda, publicada no número 327 da Revista Fatos & Fotos, de 27 de abril de 1967.
O texto de Ronald de Carvalho apontava para o crescimento da Umbanda no Brasil, onde escrevia que a cada quase três minutos, um novo umbandista se inicia no Brasil. Quer dizer: por hora, 18 brasileiros tiram os sapatos e entram para os rituais de terreiro. Esses números, indicativos da média do crescimento da Umbanda, baseiam-se no fato de que, em 30 anos, cerca de 5 milhões de umbandistas foram registrados em todo o país. Que força religiosa é essa que tão rapidamente se propaga? Que motivos levam um homem a abandonar sua religião de origem para iniciar-se na Umbanda? Entrevistando mais de 50 filhos de santo, ouvindo explicações de nove orixás e anotando os conhecimentos do Dr. Armando Cavalcanti Bandeira, o homem que foi convidado para codificar a Umbanda no Brasil, Fatos & Fotos penetrou na intimidade dessa religião. Conta agora a história dos que abandonam suas tradições para cultuar os orixás (santos), história comum aos 155 mil brasileiros que saem anualmente dos templos para os terreiros de Umbanda.
A reportagem abordou ainda as confusões entre a Umbanda e o Candomblé, a simbologia da Umbanda, casos reais nos terreiros, a iniciação e um pequeno vocabulário de Umbanda. A reportagem segue a tendência das revistas brasileiras dos anos 1960 que retratavam o crescimento da Umbanda em nosso país como fizeram anteriormente os periódicos Manchete e Realidade.

Imagem publicada no número 325 da Revista Fatos & Fotos, na reportagem Quem entra na Linha de Umbanda, de 27 de abril de 1967.

Imagem publicada no número 325 da Revista Fatos & Fotos, na reportagem Quem entra na Linha de Umbanda, de 27 de abril de 1967.

Imagem publicada no número 325 da Revista Fatos & Fotos, na reportagem Quem entra na Linha de Umbanda, de 27 de abril de 1967.