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sábado, 24 de abril de 2010

27 BARCO DE FORMAÇÃO SACERDOTAL DA F.U.G.A.B.C.

Foi um sucesso a primeira aula do 27 Barco de Formação Sacerdotal da Federação Umbandista do Grande ABC. Foi uma grande alegria receber os 150 irmãos embarcados.
Desejamos muita luz a todos e agradecemos pela presença.
Que os Orixás os abençoem!

Ronaldo Antonio Linares
Diamantino Fernandes Trindade
Dirce Paludetti Fogo
Marco A. Linares
Taís Corrêa Vallini

domingo, 18 de abril de 2010

UMBANDA NA MÍDIA - PARTE 9







Diamantino Fernandes Trindade






Caro leitor! Estamos chegando ao final desta série de artigos sobre a Umbanda na Mídia. Apresento neste número o Boletim A Caridade e a revista Gira da Umbanda. Os periódicos umbandistas tiveram origem na Tenda Nossa Senhora da Piedade. Em 1939, Zélio de Morais fundou o Jornal de Umbanda. Em 1956, a Tenda Nossa Senhora da Piedade lançou seu boletim mensal A Caridade. Reproduzo, a seguir, a primeira página do primeiro e segundo números desse periódico.
Em 1972, Átila Nunes Filho lançou a revista Gira da Umbanda, publicada pela Editora Espiritualista. A jornalista Lilia Ribeiro realizou uma entrevista com Zélio de Moraes na Cabana de Pai Antonio em Boca do Mato, uma pequena localidade no Município de Cachoeiras de Macacu, no Rio de Janeiro. Em um dos momentos da entrevista, a jornalista fez a seguinte pergunta:
Qual a sua opinião sobre o sacrifício de animais que alguns médiuns fazem na intenção dos Orixás. Zélio absteve-se de opinar, limitando-se a dizer:

Os meus guias nunca mandaram sacrificar animais, nem permitiam que se cobrasse um centavo pelos trabalhos efetuados. No Espiritismo, não se pode pensar em ganhar dinheiro; deve-se pensar em Deus e no preparo da vida futura.

UMBANDA NA MÍDIA - PARTE 8


Diamantino Fernandes Trindade


A divulgação da Umbanda ganhou corpo quando entrou em cena o radialista e escritor Áttila Pereira Nunes. Na literatura conseguiu sucesso com a obra Antologia de Umbanda, porém foi através do programa Melodias de Terreiro que se tornou popular. Foi uma importante personalidade do rádio brasileiro e um defensor incansável da liberdade religiosa.
O Programa Melodias de Terreiro está presente na lembrança de muitos umbandistas que puderam acompanham um pouco da trajetória de um dos precursores da Umbanda no Brasil.
O primeiro programa voltado para os cultos afro-brasileiros foi ao ar pela primeira vez em 1948, pela então Rádio Guanabara, hoje Bandeirantes. Áttila Nunes, que dedicou a vida lutando contra as perseguições policiais aos terreiros de Umbanda, desencarnou em 1968 e sua esposa e vereadora Bambina Bucci passou apresentar o programa que marcou toda uma geração de umbandistas.
Atualmente o Programa Melodias de Terreiro é produzido por Atila Nunes Filho e Atila Nunes Neto e vai ao ar pela Rádio Metropolitana AM 1090 do Rio de Janeiro, de segunda a sexta-feira, das 23 às 24 horas, transmitindo informações, preces e poemas de cunho afro-brasileiro, além de cânticos de um acervo composto de mais de 1700 composições, reunidas ao longo da existência do programa.
Sobre o programa, Atila Nunes Filho escreveu no seu livro (1970) Umbanda, Religião - Desafio:

Nos primeiros dias de dezembro de 1968, comecei a produzir e apresentar “Melodias de Terreiro”, programa que há anos vai ao ar, sempre divulgando e defendendo a Umbanda.
Em meados de 1969, “Melodias de Terreiro” alcançou a liderança de audiência no gênero, com um índice de 90%. Foi, talvez, a minha primeira grande alegria no meio umbandista, por saber que havia correspondido à expectativa de milhares de irmãos de crença que souberam depositar sua confiança em mim.
A todos os ouvintes de “Melodias de Terreiro” e aos irmãos que me auxiliaram no inicio, a minha gratidão e o meu reconhecimento eterno pela ajuda valiosa.
Aos que prestigiaram nosso outro veiculo de divulgação, “Gira da Umbanda”, que atualmente é apresentado por Bambina Bucci, a minha sincera homenagem por todo o apoio e incentivo.
Que Oxalá os abençoe.

UMBANDA NA MÍDIA - PARTE 7







Diamantino Fernandes Trindade






Continuando nosso resgate sobre a Umbanda na mídia apresento uma curiosa reportagem publicada pelo Jornal da Tarde, de São Paulo, de 20/05/1992, onde um desonesto Pai de Santo levou três tiros:

Tudo por causa do Caboclo Cabeludo

O Pai de Santo Erasmo Ribeiro, 21 anos, pode pegar de um a três anos de prisão, caso seja comprovado crime de posse sexual mediante fraude contra Lucinéia da Hora, 18 anos. Erasmo está no Hospital Nardini, em Mauá, com ferimentos provocados por três tiros. O autor dos disparos é o companheiro de Lucinéia, Luiz Antonio Germano, 27 anos, que descobriu que o pai de santo, dizendo-se incorporado por entidades, manteve relações sexuais com ela.
Segundo apurou a polícia, Lucinéia foi procurar Erasmo, “com problemas” com o marido. O pai de santo, então, incorporou a pomba-gira e ordenou à moça que ficasse nua. Em seguida, Erasmo passou mel por seu corpo e, incorporado por um espírito masculino, o “Caboclo Cabeludo”, a lambeu e manteve relações sexuais com ela. O marido acabou descobrindo tudo e resolveu ajustar contas. Na noite de anteontem, Luiz, Lucinéia e dois amigos dirigiram-se à casa do pai de santo. Mesmo incorporando a pomba-gira, Erasmo não conseguiu se livrar dos três tiros.
Quero registrar a minha homenagem ao irmão Demétrio Domingues, desencarnado em 2007, que por mais de dez anos publicou Umbanda em Revista, publicada pela Associação Paulista de Umbanda, com periodicidade mensal, onde divulgava os principais eventos umbandistas brasileiros, além de possibilitar que outros irmãos pudessem se manifestar por meio de suas matérias.
O número 117 apresenta uma reportagem relativa ao 6o Encontro de Chefes de Terreiro realizado pela Associação Paulista de Umbanda em 1985. Nesse evento Diamantino Fernandes Trindade representou a Federação Umbandista do Grande ABC e proferiu palestra sobre as origens da Umbanda no Brasil.
Umbanda em Revista circulou, com distribuição gratuita, durante 10 anos até 1985. Em abril desse ano, Demétrio Domingues uniu forças com o conceituado editor Bartolo Fittipaldi e a DINAP [1] para lançar a Revista Umbanda Verdade que era uma versão ampliada e melhor elaborada de Umbanda em Revista. Infelizmente teve vida curta.

[1] Distribuidora Nacional de Publicações - Empresa do Grupo Abril.

UMBANDA NA MÍDIA - PARTE 6




Diamantino Fernandes Trindade




No portal <http://povodearuanda.com.br/> encontramos importante matéria do nosso irmão Alex de Oxóssi que mostra o abnegado trabalho de Edenilson Francisco e Renato Henrique Guimarães Dias, que resgataram um aspecto da vida profícua de Zélio de Moraes, que não se dedicava apenas à Umbanda, nos arquivos do Jornal Gazeta de São Gonçalo.
No portal podemos ler o texto Centenário da Umbanda, de Jorge Cesar Pereira Nunes. Em um dos trechos da matéria, o autor explica:

Zélio, entretanto, não se dedicava apenas à sua crença. Como era norma não receber recompensa pelo bem distribuído, dedicava-se às atividades profissionais normais, assumindo os negócios de seu pai, e fez uma incursão na política, elegendo-se vereador em 18-05-1924 e empossado em 10 de junho seguinte. Foi reeleito para um segundo mandato em 10-04-1927, empossado no dia 30 seguinte e escolhido por seus pares, na mesma data, para secretário do Legislativo gonçalense. Após cumprir o mandato de três anos, afastou-se da política. Quando de seu falecimento, a Câmara Municipal deu seu nome à Rua Vereador Zélio de Moraes, no bairro de Mangueira.
As imagens a seguir mostram a manchete do jornal A Gazeta de São Gonçalo sobre os candidatos do partido governista para as eleições municipais de 1929. Agradeço ao irmão Alex de Oxóssi pelo envio das imagens.

UMBANDA NA MÍDIA - PARTE 5


Diamantino Fernandes Trindade


Uma revista que circulou por vários anos no Rio de Janeiro foi Kabala, dirigida por Domingos M. S. Ayroza e publicada pela Editora Revista do Capitão Atlas. No número 95, de julho de 1962, comemorativo do oitavo aniversário do periódico, aparece uma matéria escrita por João de Freitas na coluna Umbanda em flashes:

A dialética exige do orador conhecimentos gerais para que num diálogo ele argumente com precisão através do raciocínio claro e preciso.
Na Umbanda, o dialético precisa conhecer de história universal, de mitologia, de teologia, de doutrina, e, sobretudo, das leis, que regem o Universo. Sem tais requisitos ele se transforma em simples e intolerável demagogo, em palrador sem méritos, em veiculo de excitação das paixões coletivas.
Eis porque o demagogo é sempre visto como a um biltre que da lisonja e do louvor barato faz dos ingênuos e dos simplórios a escada de salvação para a sua ancestral mediocridade.
Atraídos pela cifra de milhões de adeptos, dessa religião que vaga sem norte por falta de um órgão de cúpula, pululam em todo território nacional inflamados oradores, sem lastro moral e intelectual que os credenciem, como candidatos a prefeitos, a deputados e a vereadores. Exploram a parvoíce de certos chefes de terreiro e a ingenuidade de algumas babás que não sabem distinguir a verdade da impostura, a decência da indignidade e a compostura da insensatez. É nesta hora que assistimos, com profunda tristeza, a inteligência, a cultura e o saber de muitos homens responsáveis pelos destinos da Umbanda em estarrecedora ausência.
É a dialética umbandista perdendo terreno para a demagogia solerte!
É nesta hora, repetimos, que se faz sentir a falta de um órgão de cúpula estadual para indicar seus candidatos, autênticos umbandistas, de inegáveis méritos. Somente assim a Umbanda ver-se-ia livre dos aventureiros de todos os matizes; dos pseudos lideres e dos chefes frustrados que agem de socapa (de maneira disfarçada) por lhes ter fugido das mãos a afortunosa ensancha (liberdade) de empunhar o cetro de sonhado encanto; dos tartufos (hipócritas) e dos bifrontes (que tem duas caras) que se bandeiam para as hostes dos despeitados dificultando o trabalho hercúleo de uma minoria de abnegados de respeitáveis credenciais.
Todavia a comunidade umbandista, acompanhando o desenrolar dos acontecimentos, através dos dirigentes esclarecidos das Tendas e Terreiros, não se deixará embair (enganar) pelas promessas dos demagogos.
Ela sabe, tanto quanto nós, por que tais espécimes são visceralmente contrários à criação de um órgão de cúpula.
De qualquer maneira, porém, a organização controladora virá por que a ordem emana das camadas superiores.

Apesar da criação de diversos órgãos de cúpula, pouca coisa mudou desde então. Os falsos lideres continuam pululando e tirando proveito da vaidade cada vez maior dos chefes de terreiro que buscam sempre migalhas de poder para inflar o seu ego.
O número 31, de outubro de 1968, da Revista Realidade trazia como chamada de capa: Uma fé misteriosa - Umbanda. Na página 156 aparecia em destaque: Baixou o Santo! Marcos de Castro escreveu na abertura da reportagem de nove páginas:

Quando o santo baixa, num terreiro, centenas de pessoas entram em transe. É uma sessão de Umbanda, hoje religião oficial de milhões de brasileiros negros e brancos, de todas as classes. Para a maioria, porém, continua sendo um mistério.

UMBANDA NA MIDIA - PARTE 4




A Umbanda esteve presente na Revista Visão em dois momentos. O número 40, de 3 de outubro de 1993, trazia como matéria de capa A Umbanda Cruza Fronteiras. A chamada do texto apontava:

Enquanto enfrentam a campanha movida pelos católicos e pelas lideranças do movimento negro contra o sincretismo, os umbandistas mostram a força de expansão de seu culto, que já chega à Argentina, ao Uruguai, até a Itália. São transformações de um credo que nasceu mestiço.

A reportagem mostrava que no Uruguai existiam mais de três mil terreiros de Umbanda. Citava ainda que em outros paises, como Argentina, Bolívia e Chile também havia templos umbandistas. Um fato curioso era apontado: A União de Umbanda do Rio Grande do Sul tinha uma tenda filiada em Roma, a quatro quarteirões do Vaticano. Essa mesma entidade federativa havia criado um Departamento de Relações Exteriores.
Jamil Rachid, presidente da União de Tendas Espíritas de Umbanda e Candomblé do Estado de São Paulo dizia: No Brasil existem 550 mil templos umbandistas. No Estado de São Paulo, 35 mil estavam registrados até 1980.
A matéria foi muito importante para retratar a expansão do Movimento Umbandista daquele momento histórico brasileiro onde ainda não havia uma proliferação tão intensa das igrejas evangélicas que acabaram arrebanhando muitos umbandistas insatisfeitos com a religião.
O número 46, de 15 de novembro de 1989, da mesma revista fazia referência aos 81 anos da Umbanda e as origens do culto com a matéria: Saravá, Umbanda! Para tanto foram entrevistados Edison Cardoso de Oliveira e Diamantino Fernandes Trindade do Templo Espiritual de Umbanda Ogum Beira-Mar, localizado em São Bernardo do Campo, São Paulo. A reportagem visitou o terreiro e fotografou o rito de atendimento público em 3 de novembro do mesmo ano. Sobre o templo foi escrito:

É uma sala quase humilde. Limpa. Pequena. Numa espécie de palco, fechado por uma cortina, fica o altar, com o Coração de Jesus ao centro, cercado por vários santos do catolicismo: São João Batista, São Roque, São Jerônimo, São Lázaro, Santana, Santa Bárbara, São Cosme e São Damião. E Yemanjá, é claro.

Sobre a expansão do Movimento Umbandista podemos ler:

Estima-se que os terreiros de Umbanda no Rio de Janeiro sejam cerca de 20 mil. A União de Umbanda do Rio Grande do Sul tem uma casa filiada em Roma (VISÃO, 3-10-83) e exportou a religião para o Uruguai e a Argentina. E de tal forma a Umbanda se expandiu nesses paises que em 1978 a Primeira Convenção Umbandista do Uruguai reuniu aproximadamente 50 mil pessoas no Estádio do Peñarol, em Montevidéu. Diamantino garante também que há terreiros de Umbanda em Lisboa, pela grande influência de brasileiros que lá vivem; que há pelo menos uma tenda de Umbanda em Israel, fundada por um seu aluno; e que a Umbanda está disseminada também nos Estados Unidos, com várias tendas em Nova Iorque.

A partir do inicio dos anos 1990 houve um recrudescimento na expansão do Movimento Umbandista motivado pela ascensão das igrejas evangélicas.

UMBANDA NA MÍDIA - PARTE 3


Diamantino Fernandes Trindade


Destacamos neste número a tradicional Revista Planeta que em vários momentos da sua história publicou temas sobre a Umbanda. Já no seu primeiro número brasileiro, setembro de 1972 trazia a matéria Candomblé, Umbanda e Macumba no Brasil, na reportagem Cultos africanos no Brasil, de Edison Carneiro. No tópico A conquista da Umbanda, o autor escreveu:

Como tipo de associação religiosa a Umbanda já está conquistando novas posições no país. Os cultos de organização recente, em cidades como Teresina, Fortaleza, Vitória, Curitiba e Goiânia, onde aparentemente não existiam antes, são quase sempre desse tipo. E, pelo menos no Rio de Janeiro, onde conta com três milhares de tendas e terreiros, cada vez mais frequentados por crentes e curiosos, a Umbanda se considera bastante forte para candidatar-se a uma religião institucionalizada nacional.
Um pequeno núcleo de confrarias religiosas que constitui uma réplica, em ponto pequeno, do candomblé da Bahia, vive precariamente em Porto Alegre, sob a designação de Batuque e outrora, alternativamente, Pará. Característica nacional desses cultos é a sua localização urbana ou suburbana, com uma ou outra exceção no quadro rural.

O texto de Edison Carneiro aponta para o momento da grande da expansão do Movimento Umbandista no Brasil.
No número 259, de março de 1994, a seção Fórum dos Leitores apresentava um esclarecimento do leitor Sebastião Anselmo, de Santa Rosa do Viterbo, quanto ao caráter afro-brasileiro da Umbanda:


Esclarecimento sobre a Umbanda

Sr. Editor:
Como assinante desta conceituado e deveras interessante revista, tomo a liberdade de tecer alguns comentários sobre um tema que durante praticamente todo o ano de 1993 foi debatido na seção “Fórum dos Leitores”: a Umbanda.
Desde a edição 245 (fevereiro/93), quando foi publicado o artigo “Um Mergulho no Mistério da Umbanda”, notamos que a matéria em pauta gerou discussões e controvérsias em vários setores umbandistas e também dos chamados cultos afro-brasileiros, pois na edição 252 (setembro/93) a seção “Fórum dos Leitores” publicou o protesto do sr. Jeronymo H. Vanzelloti (Presidente, na época, do CONDU – Conselho Nacional Deliberativo da Umbanda) ao artigo citado, e na 254 (novembro/93), o sr. Paulo G. da Silva criticou o protesto publicado no numero 252.
Assim, é fácil concluir que o tema merece uma melhor abordagem por parte desta conceituada revista, pois muita gente (inclusive adeptos) acredita que a Umbanda é uma religião afro-brasileira, o que não é verdade e precisa ser esclarecido com urgência. Não se trata de discriminação ou preconceito aos cultos de nação africana, que respeitamos, mas, a bem da verdade, Umbanda e cultos afros nada tem em comum.
Muitos confundem Umbanda com o Candomblé, Omolocô, Catimbó, Batuque, Xangô de Caboclo etc., mas a verdadeira Umbanda nada tem a ver com eles, nem com o Catolicismo ou Kardecismo. Umbanda é uma religião eminentemente brasileira, com doutrina própria, cujo nascimento data de muito antes do advento do Caboclo das Sete Encruzilhadas e do grande médium Zélio de Moraes.

UMBANDA NA MIDIA - PARTE 2







Continuando nossa digressão sobre a Umbanda na mídia apresento duas imagens e alguns tópicos da reportagem Quem entra na Linha de Umbanda, publicada no número 327 da Revista Fatos & Fotos, de 27 de abril de 1967.
O texto de Ronald de Carvalho apontava para o crescimento da Umbanda no Brasil, onde escrevia que a cada quase três minutos, um novo umbandista se inicia no Brasil. Quer dizer: por hora, 18 brasileiros tiram os sapatos e entram para os rituais de terreiro. Esses números, indicativos da média do crescimento da Umbanda, baseiam-se no fato de que, em 30 anos, cerca de 5 milhões de umbandistas foram registrados em todo o país. Que força religiosa é essa que tão rapidamente se propaga? Que motivos levam um homem a abandonar sua religião de origem para iniciar-se na Umbanda? Entrevistando mais de 50 filhos de santo, ouvindo explicações de nove orixás e anotando os conhecimentos do Dr. Armando Cavalcanti Bandeira, o homem que foi convidado para codificar a Umbanda no Brasil, Fatos & Fotos penetrou na intimidade dessa religião. Conta agora a história dos que abandonam suas tradições para cultuar os orixás (santos), história comum aos 155 mil brasileiros que saem anualmente dos templos para os terreiros de Umbanda.
A reportagem abordou ainda as confusões entre a Umbanda e o Candomblé, a simbologia da Umbanda, casos reais nos terreiros, a iniciação e um pequeno vocabulário de Umbanda. A reportagem segue a tendência das revistas brasileiras dos anos 1960 que retratavam o crescimento da Umbanda em nosso país como fizeram anteriormente os periódicos Manchete e Realidade.






Diamantino Fernandes Trindade

UMBANDA NA MÍDIA - PARTE 1




Diamantino Fernandes Trindade




Ao longo do tempo, a Umbanda aparece na mídia impressa sob diversas óticas: divulgação, esclarecimento, proselitismo, critica, ataques etc. Nesta série de artigos pretendo mostrar, como registro histórico, algumas dessas abordagens permeadas por imagens.
Importantes revistas brasileiras como Realidade, Manchete, Visão, Revista de História da Biblioteca Nacional, Isto É, Veja, Cult, Época, Galileu, Planeta e outras. O número 557 da Revista Manchete, de 22 de dezembro de 1962, registrava o casamento de Almino José de Almeida e Walpi de Oliveira um casamento realizado por Benjamim Figueiredo na Tenda Mirim. Na imagem podemos ver a noiva colocando a aliança no dedo do noivo e Vovó Cambinda segurando-lhe a mão e transmitindo fluidos benéficos.
Em outubro de 1989, a tirinha de Fernando Gonsales mostrava, um despacho urbano na encruzilhada, no Jornal Folha de São Paulo. Faremos, nos próximos números, um resgate histórico da Umbanda nos periódicos brasileiros, mostrando a importância da nossa religião para o povo brasileiro.