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quarta-feira, 14 de outubro de 2009

O USO RITUALÍSTICO DAS VELAS

Texto extraído do livro "Manual do Médium de Umbanda", de Diamantino Fernandes Trindade, publicado pela Editora Suprema Cultura.

Desde tempos imemoriais, as velas tem sido fonte de luz e símbolo de conforto para o ser humano. Em função da sua importância, o uso das velas acabou cercado de mitos e lendas.
Utilizamos as velas apenas para simbolizar nossa magia por meio de suas chamas. O fogo é o símbolo do plano mental e da atividade. O ato de acender a vela para uma Entidade é a forma de ativar seu pedido e levá-lo para o plano etéreo.
Daí a razão de usarmos as velas na magia. Esta prática tem como objetivo ativar, manter vivo, simbolizar o elo de ligação de nossos pensamentos e desejos com o mundo astral. Na chama de uma vela, todas as forças da natureza são ativadas. A vela queimando é uma forma de ligação com um Ser Superior. As velas têm a função de agentes focalizadores mentais e são eficientes na concentração ou mentalização.
O uso das velas nos rituais religiosos começou quando o homem primitivo percebeu que era possível iluminar as suas cavernas. Com a sua moradia iluminada, era possível agradecer aos céus por uma boa caçada ou uma colheita farta, e até mesmo pedir auxílio, bênção ou perdão. A chama brilhando no escuro da caverna significava a própria presença de Deus.
Simbolicamente, a luz sempre representou o poder do bem para a humanidade. Nos antigos mistérios da antiguidade clássica, simbolizava a sabedoria e iluminação. A chama da vela era associada à alma imortal brilhando nas trevas do mundo. Destas crenças surgiu a prática de utilizar as velas como ritual mágico.
O uso das velas comuns, geralmente brancas, nos rituais da Umbanda é proveniente da herança que recebemos da Igreja Católica, visto que os altares católicos sempre foram iluminados por velas, destacando-se as velas de cera.
Com a popularização das Sete Linhas de Umbanda e as cores associadas aos Orixás, ocorreu uma rápida procura das velas coloridas. Este fato surgiu como uma deturpação do ritual original da Umbanda, pois na Tenda Nossa Senhora da Piedade, a primeira Tenda de Umbanda, sempre foram usadas apenas velas brancas.


Velas utilizadas para o culto aos Orixás e Entidades Espirituais

Oxalá: Vela branca. Utilizada para pedidos de ordem geral.

Inhaçã: Vela amarela. Utilizada para fazer pedidos de negócios e problemas financeiros.

Ibeji: Vela azul ou cor de rosa. Utilizada para fazer pedidos para a saúde, proteção de crianças e harmonização.

Yemanjá: Vela azul. Utilizada para fazer pedidos para gravidez, harmonia no lar e proteção dos filhos.

Oxum: Vela azul ou amarela. Utilizada para fazer pedidos para problemas sentimentais, harmonia no lar e proteção dos filhos.

Oxóssi: Vela verde. Utilizada para fazer pedidos para saúde e abertura de caminhos.

Ogum: Vela vermelha. Utilizada para fazer pedidos para situações difíceis, demandas, proteção pessoal contra os inimigos.

Xangô: Vela marrom. Utilizada para fazer pedidos para justiça, negócios onde haja desonestidade, apaziguar o mau gênio das pessoas, tolerância, paciência etc.

Nanã Buruquê: Vela roxa. Utilizada para fazer pedidos para abertura de caminhos, paciência, persistência etc.

Obaluaiê: Vela branca ou preta e branca. Utilizada para fazer pedidos de saúde.

Pretos-Velhos: Vela branca ou preta e branca. Utilizada para fazer pedidos de ordem geral, desde que não causem prejuízos a outras pessoas.

Baianos: Vela branca ou amarela. Utilizada para fazer pedidos para abertura de caminhos, negócios difíceis, desentendimentos em geral.

Boiadeiros: Vela branca. Utilizada para descarregos.

Marinheiros: Vela branca ou azul. Utilizada para curas espirituais.

Ciganos: Velas coloridas. Utilizadas para fazer pedidos para bem estar pessoal e social, sentimental, saúde, equilíbrios mentais, físicos e espirituais.

Caboclos: Vela branca. Utilizada para pedidos de saúde e problemas pessoais.

Crianças: Idem a Ibeji.

Kaô do Oriente[1]: Vela cor de rosa. Utilizada para fazer pedidos para doenças, principalmente da cabeça. Esta vela deve ser acesa dentro de um triângulo eqüilátero riscado na terra ou riscado no chão, com pemba branca.

Exus e Pombas-Gira: Vela branca ou preta e vermelha. Utilizada para corte de demandas e abertura dos caminhos materiais.

Almas perturbadas: Vela branca. Deve ser acesa numa igreja, terreiro, capela ou cruzeiro das almas e nunca em casa.

Quando acendemos uma vela para determinado Orixá ou Entidade espiritual é necessário fazê-lo com bastante firmeza e confiança, orando e concentrando-se no pedido que será feito.
Logo após o pedido, agradeça pelo que vai receber.

[1] Sincretizado com São João Batista.

Um comentário:

Anônimo disse...
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